Wagner Moura critica Bolsonaro e avalia que Lula precisa de empurrão progressita

Wagner Moura durante sua participação no
Wagner Moura durante sua participação no "Roda Viva" (foto: reprodução / tv cultura)

Resumo da Notícia:

  • "Marighella" conta a história de um dos principais ativistas políticos da história do Brasil

  • O filme já está disponível nos cinemas de todo o Brasil e conta uma parte importante da nossa história

  • "Você não precisa gostar, mas você não pode trabalhar para que o debate cultural seja interditado", avalia Moura

Wagner Moura está em alta. O ator e diretor está lançando o filme “Marighella” e foi o convidado do “Roda Viva”, da TV Cultura, e criticou a atual gestão do Brasil em relação à cultura de forma dura e incisiva.

“Não é somente sobre os que resistiram à Ditadura Militar nos anos 60 e 70, mas também sobre os que resistem hoje no Brasil. Isso fica muito forte durante as pré-estreias”, disse o ator ao começar sua participação no jornalístico.

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O longa relata parte da vida de Carlos Marighella (1911-1969), um dos principais ativistas políticos da história do Brasil. Ele liderou e participou ativamente da luta armada contra a Ditadura Militar no país. Político e escritor, o personagem chegou a ser considerado o “inimigo número um” do Governo da época.

"Os acusados de terroristas são os pobres, o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], o Black Lives Matter, e isso sempre me incomodou, mas 600 milhões de mortos por Covid é terrorismo, 19 milhões de pessoas passando fome, a Amazônia pegando fogo, o ministro da Economia que tem uma conta offshore enquanto o povo paga imposto alto é terrorismo", diz Wagner sobre a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) no comando do país.

O diretor ainda comentou que sentiu entraves desta administração para resolver questões burocráticas do longa. “A gente não pode admitir um governo federal trabalhando para que um filme não aconteça. Até hoje tem gente do governo falando mal, mobilizando sua militância digital para dar nota baixa no IMDb. É uma luta bruta, e isso diz mais sobre o estado das coisas do que sobre o filme. Você não precisa gostar, mas você não pode trabalhar para que o debate cultural seja interditado", avalia.

Wagner ainda falou sobre um possível governo de Luiz Inácio Lula da Silva, seu candidato à presidência, a partir de 2023. “Lula é um líder fundamental da esquerda no Brasil. Mas, nós temos que empurrar Lula para um lugar de progressismo maior. Lula é um senhor de idade, com todo respeito à história dele. Mas nós temos de falar dos congressistas 20, 21 anos, povo trans, pretos, mulheres...”, provocou.

“Marighella” era para ter estreado em 2019 e já está disponível em todos os cinemas do país após rodar vários festivais pelo mundo.