Sophia Abrahão se descobriu feminista há três anos: "Senti vergonha do que falei"
Sophia Abrahão é uma das atrizes com maior engajamento entre jovens no Brasil e começou seu processo de desconstrução há três anos. Em conversa com o Yahoo! ela falou mais sobre o processo.
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“Comecei a entender mais o tema e pesquisar sobre há três anos, mais ou menos, buscando essa desconstrução. Ganhei um livro do coletivo feminista - ‘Não me Calo’- e comecei a ler achando um saco pelo tema ser feminismo. Durante o processo fichas foram caindo e comecei a me questionar. Nesse processo aprendi a diferença do feminismo negro, por exemplo. É um processo que dói. Senti culpa e vergonha do que já falei e não consigo mais fechar o olho para isso.”
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Exemplos
A atriz contou que teve um forte exemplo feminista em casa. “Minha mãe. Ela sempre trabalhou e foi uma mulher muito independente e me deu toda a liberdade do mundo. Fui para a China com 15 anos trabalhar de modelo, mas nunca estamos preparados para o machismo estrutural que vivemos. Por mais que recebamos o encorajamento dentro de casa, situações do cotidiano são completamente diferentes. Isso aprendi vivendo. Com 16 anos não tinha respostas como tenho para hoje.”
Assédio
Mesmo viajando sempre e em diferentes culturas, ela conta que nunca passou por uma situação grave. “Passei por assédios que, se a mulher disser que não passou, é por que ela não entendeu que passou. Acontecem o tempo todo. Ouvimos piada em ambiente de trabalho, que é machista, piadas dos nossos amigos, piadas dentro de casa de tio e primo. Hoje, consigo me posicionar mais, consigo falar sobre isso na boa, sem ser agressiva.”
Em todos os lugares
Sophia conta que usa de uma antiga técnica para não entrar em conflito. “Acho que é mais efetivo perguntar: 'Será que você não está exagerando falando isso?'. Já vieram falar comigo assim no trabalho: 'Nossa que vestido curto, hein'. E respondi: 'Pois é, e estou trabalhando. Que bom que todo mundo aqui está me respeitando no meu ambiente de trabalho. Se não me sentir segura aqui, vou me sentir onde?' Você constrange a pessoa e não é agressiva. Infelizmente temos que lidar com isso na ironia.”