Saiba quem foi Jackie Ormes, cartunista negra homenageada pelo Google
Quem visitou o Google na manhã de hoje se deparou com o Doodle - o logotivo usado pelo site para comemorar datas especiais - de Jackie Ormes. Trata-se de uma justa homenagem à primeira cartunista negra dos Estados Unidos. Neste exato dia, em 1945, ela estreava a sua tirinha icônica "Patty-Jo 'n' Ginger", no jornal Pittsburgh Courier.
Baixe o app do Yahoo Mail em menos de 1 min e receba todos os seus emails em 1 só lugar
Siga o Yahoo Vida e Estilo no Google News
Nascida em 1911, numa família de classe média da Pensilvânia, Jackie Ormes se formou na Monongahela High School, em Pittsburgh, em 1930 e, a partir daí, seguiu carreira no jornalismo, trabalhando como repórter freelancer, revisora e chegando ao posto de cartunista em jornais afro-americanos no ano de 1937.
Leia também
Ryan Reynolds oferece R$ 25 mil a quem devolver ursinho roubado
Elon Musk chama Johnny Depp para uma briga dentro de uma gaiola
A sua primeira tirinha foi publicada no Pittsburgh Courier e apresentava a personagem “Torchy Brown”, uma mulher negra independente que deixa o estado do Mississipi em busca dos seus sonhos profissionais no norte do país. Em uma época dominada por homens brancos, ela ousava citar feminismo, racismo, injustiça social e problemas ambientais em seu trabalho.
Com o sucesso da sua tirinha, distribuída para outros 14 jornais afro-americanos, ela se mudou para Chicago cinco anos depois. Com público consolidado, ela criou Patty-Jo ‘n’ Ginger, uma história sobre uma mulher sexy e bem-resolvida chamada Ginger que precisa lidar com as travessuras da irmã mais nova, Patty-Jo.
A tirinha fez tanto sucesso que transformou Patty-Jo em boneca, vendida principalmente para crianças negras nas lojas infantis dos Estados Unidos. Na década de 1950, Ormes voltaria a fazer história com a história em cores “Touchy Brown Heartbeats”, uma releitura da antiga personagem Torchy e talvez o seu trabalho mais elogiado.
Agora, Torchy é uma enfermeira apaixonada pelo médico Paul Hammond e bastante atuante na luta contra o racismo e a poluição na cidade de “Southville” - temas até hoje raros nas HQ’s. Como explica a tese “Jackie Ormes: a ousadia e o talento da mulher negra nos quadrinhos norte-americanos (1937-1954)", de Natania A. S Nogueira, a tirinha ainda conseguiu explorar a sensualidade da personagem, incluindo mostrando a sua nudez, sem cair na vulgarização e ressaltando a beleza dos negros.
Fundamental para as histórias em quadrinhas e para o feminismo negro nos Estados Unidos, Ormes se aposentou cedo, em 1956, mas nunca deixou de se engajar em causas sociais. Sem o reconhecimento merecido, a primeira afro-americana cartunista morreu aos 74 anos, em 1985. Treze anos depois, ela foi inserida no Hall da Fama da Indústria de Quadrinhos de Will Eisner.
American cartoonist & activist Jackie Ormes—the 1st & only Black female newspaper cartoonist of her time in the U.S.—debuted her comic "Patty-Jo 'n' Ginger" today in 1945 🗞
👀 more in our slideshow #GoogleDoodle by guest artist Liz Montague → https://t.co/9fQdZ2wdIt pic.twitter.com/KBcz8y17ny— Google Doodles (@GoogleDoodles) September 1, 2020
Assine agora a newsletter Yahoo em 3 Minutos
Siga o Yahoo Vida e Estilo no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube