Saiba o que é o vírus Epstein-Barr, que infectou Anitta
Resumo da notícia:
Entenda o que é o vírus Epstein-Barr, diagnosticado em Anitta
Infecção pode causar a "doença do beijo", chamada mononucleose
Vírus também tem relação com a esclerose múltipla
Revelado há dois meses, o diagnóstico de Anitta com o vírus Epstein-Barr estimulou a discussão sobre o que a infecção pode causar além da "doença do beijo", conhecida como mononucleose.
Isso porque a cantora participou da produção do documentário "Eu", de Ludmilla Dayer, que aborda a luta da atriz contra a esclerose múltipla ao afirmar que o vírus foi causador da doença em questão. No caso de Anitta, ela conseguiu tratar o vírus antes de desenvolver esse quadro. Mas qual a relação do Epstein-Barr com esclerose múltipla?
Vírus Epstein-Barr x esclerose múltipla
Em janeiro, um estudo realizado por cientistas da Universidade Harvard, publicado em janeiro no jornal Science, indicou a evidência mais forte da teoria. De acordo com a pesquisa, embora nem todos infectados desenvolvam a doença, o vírus tem um papel determinante na causa da esclerose múltipla.
Durante mais de 20 anos, os cientistas acompanharam mais de 10 milhões de jovens adultos militares norte-americanos, em que 955 deles foram diagnosticados com esclerose múltipla. O estudo informa que os infectados com Epstein-Barr tiveram um risco 32 vezes maior de ter a doença do sistema nervoso, mas isso não aconteceu a partir de outro vírus, como o Citomegalovírus, da mesma família Herpes do Epstein-Barr.
Vale lembrar que a esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica e autoimune do sistema nervoso central, que atinge o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal. Marcada pela inflamação da mielina, membrana que envolve os neurônios, a doença faz com quem o sistema imunológico destrua a membrana ao não reconhecê-la como parte do organismo.
Formigamento, dor e coceira nos membros, na face, perda de força nas mãos ou pés e problemas com a visão estão entre os sintomas da doença, podendo causar dificuldades de locomoção com o tempo.
E porque a falta de evidências?
O detalhe que dificulta acertar a relação da EM com o vírus Epstein-Barr é que a maioria dos indivíduos do estudo tinha menos de 20 anos de idade no momento da primeira coleta de sangue e desenvolveram esclerose múltipla, em média, 10 anos após a primeira coleta. Portanto, leva ao menos uma década entre a infecção do vírus e o diagnóstico da doença crônica.
A "doença do beijo"
De acordo com uma pesquisa publicada na Science, o Epstein-Barr atinge 95% dos adultos em algum momento da vida. Inclusive, uma das principais doenças causadas pelo vírus é a mononucleose ou "doença do beijo". Transmitida por objetos como escova de dente, copos e talheres compartilhados além do próprio beijo, a doença costuma atingir indivíduos entre 15 e 25 anos.
De acordo com o Ministério da Saúde, muitos casos se manifestam de forma assintomática, o que faz as infecções acontecerem sem os infectados se darem conta.
Um exame sorológico, que identifica a presença de anticorpos, é indicado para o diagnóstico. Dentre os sintomas, o infectado pode apresentar febre alta, dor ao engolir, tosse, dor nas articulações, inchaço no pescoço, irritação na pele, amigdalite, fadiga e inchaço do fígado.
Embora não exista tratamento específico, o uso de corticoides é indicado em casos graves de obstrução de vias aéreas, diminuição de plaquetas no sangue com risco de hemorragia ou anemia hemolítica (a destruição dos glóbulos vermelhos pelos anticorpos naturais do organismo).