Como os influenciadores lucram ondas de ódio do público? Entenda
Resumo da Notícia:
GKay aproveitou uma onda de críticas para lançar um novo produto em sua loja
A influenciadora aproveitou o engajamento 'negativo' nas redes sociais
Gessika soube converter o interesse do público em dinheiro ao vender um shortinho
Uma parte do público se espantou, e viralizou, uma a planilha de Bianca Andrade nos stories há algumas semanas e outros se surpreenderam com o movimento de Gessika Kayane, a Gkay, em comercializar um shortinho conhecido do seu público desde abril deste ano.
O primeiro vídeo de Gkay com o shortinho branco com estampa de coração ela dança “Rabão”, de Anitta, com o amigo Álvaro Xaro. No início de maio ela mostrou ao público um modelo que o fundo não era mais branco e sim violeta. A essa altura os comentários sobre seu corpo, após uma lipoaspiração, e o ‘look repetido’ ou ‘de todo o dia’.
Desde então, em um mês, a peça pareceu 11 vezes até que foi ‘sequestrada’ pelo amigo Lucas Rangel: “Inclusive tentei dar um short novo, mas ela não usar”. Ele trancou o short em um pote cofre que foi aberto nos meados de junho, mais precisamente da onda de ódio e críticas se intensificar após ela se fantasiar de Donatella Versace para a festa de aniversário de Rafa Uccman.
“O que está acontecendo com a GKay, que as pessoas estão preocupadas com ela. ‘Gkay está bem?’ e ‘O que rolou com a Gkay?’”, chegou a comentar o criador de conteúdo Yuri Hoffmann em tom de crítica. Foram seis vídeos no mesmo dia, cinco com o short. Ao todo o conteúdo soma 42.656 comentários, 3.938.600 likes, 4.002.577 salvamentos e 31.642 envios.
Dias depois ela ‘desistiu’ da peça e postou vídeos com uma calça bege até que colocou a peça à venda. “A Gkay soube se posicionar de uma forma muito interessante com essa onda de críticas. A forma como ela se comportou foi inteligente”, avalia a consultora de marketing digital Rejane Toigo.
E ela continua: “Ela conseguiu ativar defensores e as críticas perdem a força A forma simpática e humana perante a crítica a ajuda a cessar. Quando a pessoa se comporta de forma humana as pessoas já se identificam.”
E o lucro?
A influenciadora já estava em uma estratégia fazer com que o público dela se familiarizasse com a peça criando desejo, que é uma estratégia no comércio de moda. A alta do engajamento foi um momento impar para divulgar o produto.
“Ela fez tudo provocando a audiência em sua defesa e deve ter percebido a emoção das pessoas já no começo. E usou isso para comercializar um produto próprio. Emoção é quando as pessoas engajam um conteúdo com sentimento, o ódio por exemplo”, explica a especialista.
Para ela o criador de conteúdo só consegue lucrar quando tem seus próprios produtos. “Na hora de vender, no meio de uma onda de críticas, as marcas vão repensar associar seu nome, mas quando o produto é seu, é outra história”, aponta.
Vale a pena?
A emoção é o que move as redes sociais. Ou você se identifica com um conteúdo, ou não. É isso que te faz dar um like, deixar um comentário ou simplesmente rolar a tela do telefone e mostrar à rede social que aquele conteúdo não é do seu interesse.
Mas vale tudo para aparecer? “Na análise marqueteira vale uma frase do Donald Trump: ‘Não existe marketing negativo’. Vale tudo para vender. Na eleição, a estratégia da campanha dele era incitar o ódio e quando tinha a tenção do público, o empresário dizia o que interessava. E funcionou, ele gerou interesse e foi eleito presidente dos estados unidos”, lembra.
Um outro ponto de vista é o do lado ético. “Não indico que os meus clientes usem este artifício para ganhar visibilidade. Porque começa a manchar sua carreira na internet. Se a pessoa tem fortes valores, ela não vai conseguir se beneficiar disso pessoalmente”, completa.
A profissional ainda alerta que criadores estão usando da técnica para ganhar visibilidade. “Alguns só crescem assim, que provocam ataques assim para se projetar e às vezes isso vende”, conclui.