"Querimbóra", "Tô com reiva": o que podemos aprender com Juma em "Pantanal"
Não são poucas as vezes que Juma, personagem de Alanis Guillen, bate o pé e diz que não vai fazer o que os outros querem em "Pantanal". Criada por Maria Marruá (Juliana Paes), a menina foi ensinada desde criança a se virar sozinha e não confiar em ninguém, principalmente em homens. "Querimbóra" e "Tô com reiva" são os bordões mais repetidos.
Existem apenas dois moods pra Juma. Qual o seu hoje? 🤣 #Pantanal pic.twitter.com/3lTuBJncPV
— TV Globo 🪂 (@tvglobo) June 7, 2022
Para alguns, a rigidez e repetição da personagem já cansou e tem até provocado ranço. Outros já admiram e desejam ter essa força para dizer "não" e ser fiel aos desejos. Pensando bem, quem nunca quis ser livre para fazer o que realmente quer sem se importar com o que os outros vão pensar? Juma é uma personagem complexa, cheia de camadas.
#Pantanal
Evolução é abrir mão de tudo? Da vida dela?
Ela queria arrumar a tapera pra viver lá, assim como o Jove pensa em viver na fazenda. A diferença é que a Juma sempre foi independente e gosta de ter privacidade. https://t.co/NHaVuB0BxX— Malia (@solitamasfeliz) June 24, 2022
É importante dizer 'não'
Segundo o psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami (UM) e especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), dizer "não" e impor limites para os outros é muito importante.
"Pode ser positivamente determinante para que a pessoa tenha um futuro 'existencialmente promissor', como falar não às drogas, aos companheiros violentos, às relações tóxicas", defende. "Falar 'não', não se restringe apenas ao mote verbal, mas, sim - e também - a toda uma mudança de conduta, se afastando definitivamente daquilo que não quer", completa.
Como tornar isso uma realidade?
Na psicoterapia psicanalítica é possível trabalhar a elevação da autoestima para ficar mais próximo dos desejos e aprender a "dizer não" ao que desagrada. O psicólogo, no entanto, lembra que algumas pessoas já nascem com isso no DNA. É o caso da "personalidade soberana", que se encaixa no perfil de Juma Marruá pelo que temos acompanhado.
"Ela é transmitida via geneticamente. Sendo a base da fortaleza pessoal da mulher. Nas personalidades soberanas, a mulher é independente e autossuficiente, por isso ela não liga e não precisa da opinião de ninguém", explica Bez.
A personalidade soberana, segundo o psicólogo, também vem acrescida de diversos pormenores: uma compreensão mais afiada; detecção mais apurada acerca dos outros; opinião previamente estabelecida, capacidade maior de avaliação; capacidade de romper uma relação tóxica. É muito poder, não é mesmo?
Mas, atenção, nada disso tem a ver com "não conseguir conviver com outras pessoas". Quem tem essa personalidade vive e convive, "só não se deixa influenciar". Não ponderar e não ser flexível sempre será indício de algo e terá suas consequências.