Pet play: fetiche por se comportar como animal de estimação
Miar, latir, relinchar. Vestir orelhas de gato, coleira de cachorro, rabo de pônei. Ficar de quatro, comer num pote de ração, dar a patinha e atender outros comandos do “dono”. Tudo isso faz parte do jogo erótico Pet Play, também conhecido por nomes como Dog Play, Kitten Play, Ponysm etc.
De acordo com o desejo dos participantes, há uma escala de intensidade que vai de um simples afago em troca de lambidas à humilhação e palmadas “corretivas”. Nessa prática fetichista derivada do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo), a pessoa submissa é transformada em animal de estimação e obedece um dominador.
Se você assistiu ao último episódio (02/02) do programa Amor & Sexo, da Tv Globo, deve lembrar do momento em que a atriz Mariana Santos “ganha” dois cachorros-humanos para dar uma voltinha pelo palco – enquanto eles rebolam e se esfregam entre suas pernas. Não, aquilo não era apenas uma encenação fake para um quadro de humor.
Adeptos do Pet Play se comportam assim entre quatro paredes e em público. Frequentam festas fetichistas como a Luxúria e bares como Dominatrix Augusta, ambas em São Paulo. Ali os donos e adestradores podem até servir petiscos no chão. Ninguém acha estranho – na verdade pode morrer de tesão só assistindo a interpretação.
A caracterização vai além das fantasias, maquiagem e acessórios óbvios como uma guia de passeio. Sex shops vendem os chamados plug tails. São “caudas” ou “rabos”, em diversos materiais e formatos, para penetrar no ânus do (a) submisso (a). Pet Play faz ménage a trois, swing, podolatria parecerem coisa de iniciante, né?
*Nathalia Ziemkiewicz, autora desta coluna, é jornalista pós-graduada em educação sexual e idealizadora do blog Pimentaria.