Do TikTok para vida: Afropatys trazem uma nova visão sobre as mulheres pretas em ascensão

Seu Jorge em 'Burguesinha' consegue chegar muito perto sobre o conceito de ser uma “afropatys”. Em que ir ao cabeleireiro, esteticista, malhar, tentar pintar de artista e gastar a grana fazem parte do cotidiano dessa mulher.

O TikTok, novamente trouxe uma novidade em tendência sobre um novo conceito 'As Pretas Patrícias', 'preticinhas' ou como foi carinhosamente apelidado “afropaty” traz destaque a um movimento de mulheres afrodescendentes que buscam ou que já possuem ascensão socioeconômica.

Leia também

As pretas patrícias trazem uma nova referência de pessoas para consumos
As pretas patrícias trazem uma nova referência de pessoas para consumos (Reprodução Instagram e Pinterest)

De acordo com IBGE, os negros são maioria na população brasileira, sendo 54%. E quando se trata sobre consumo, em 2019 as mulheres negras movimentaram R$ 704 trilhões de reais por ano, conforme a pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Folha de S.Paulo.

Diferente de outras trends de sucessos do aplicativo chinês, as Pretas Patrícias provam que essa discussão é mais profunda do que um simples desejo de compras de artigos luxos. O filosofo Michel Foucault apontava em suas reflexões que consumir poderia ser considerado como uma manifestação política.

Se observamos nos anos 1990 a 2000, as referências na mídia das patricinhas ou “paty girls” eram quase sempre o padrão da época: loiras, magras, heterossexuais e com os cabelos lisos. Luiz Vitagliano, sociólogo e professor da FMU, explica como em dez anos essa forma de representatividade mudou: “Deve-se dar créditos aos sinais de políticas afirmativas que estavam presentes desde do início da década, pois isso acabou gerando uma nova classe média negra”, explica.

O professor faz referência ao governo do Partido dos Trabalhadores (PT) que são lembrados por suas políticas afirmativas como a criação de cotas para negros em faculdades.

Como surgiu as pretecinhas

As afropaty dos EUA mais lembradas (Reprodução: Pinterest)
As afropaty dos EUA mais lembradas (Reprodução: Pinterest)

Nomes como Rihanna, Beyoncé e as personagens Hilary Banks, da série “Um Maluco no Pedaço" (1990-1996) e Dionne Davenport, do filme "As Patricinhas de Beverly Hills" (1995), se tornam referências sobre o que é ser essa mulher preta com abundância.

O movimento iniciou nos Estados Unidos, quando alguns afrodescendentes possuíam um alto poder aquisitivo podiam receber um simbólico título de príncipes ou princesas (black american princess ou BAP). Os EUA historicamente têm diversas instituições de ensino superior para negros, no qual aconteceram diversas nomeações para o BAP. Mostrando o que ativista do movimento Pantera Negras, Angela Davis, levanta em seu livro "Mulheres, Raça e Classe" : consciência racial, de classe e nos estudos, podem ser uma grata e grande ferramenta.

Luiz esclarece essa postura dos norte americanos negros: “aquela população sempre se identificaram como afrodescendentes, pois a segregação racial em seu país obrigaram a se organizar antes”.

Poder de compra ou como é conhecido Black Money

O mercado vem sido cobrado por muito consumidores sobre representatividade e pluralidade em produtos. As marcas que adaptaram as exigências ou as novas que surgiram a partir dessa lacuna, obtiveram retorno em lucro rapidamente, pois conseguiram atender as necessidades.

O “Black Money” é outro movimento que nasceu para conectar pessoas negras de diversas profissões para consolidar o empreenderiam e a circulação de recursos financeiros entre a comunidade negra. Dando maior valorizada da negritude e o pertencimento social.

Nina Silva fundadora do movimento Black Money no Brasil em entrevista para o Yahoo! comenta: "O movimento Black Money vem para falar que nós precisamos girar o capital dentro da própria comunidade durante mais tempo, uma vez que a comunidade negra hoje movimenta 1.7 trilhão de reais na economia brasileira".

A Feira Preta que ocorre desde 2002 todo novembro em São Paulo, é a prova de um case de sucesso, pois o evento se tornou o maior em empreendedorismo de negros da América Latina. Tendo mais de cinco mil hashtag no Instagram das publicações e no TikTok com mais de 200 mil visualizações.

Adriana Barbosa está por trás de todo o sucesso que da Feira. Ela nasceu com a necessidade de atender o mercado de beleza, roupas e acessórios.

O rosto das Afropatys

A cantora Beyonce sem dúvidas é uma das mais lembradas, em músicas, estilo e da forma como ostentra o padrão de vida

Iza com seu estilo sempre notado pelos fãs, músicas de grandes sucessos

Rihanna atualmente segue como empresária da marca Fenty com maquiagem e roupas de luxo

Ludmilla já chegou a brincar em seu Instagram sobre o termo afropaty. A cantora na ocasião postou foto em um jatinho particular a

E para ser uma afropaty não necessariamente é preciso de muitas coisas

Chegando ao Big Brother Brasil 21 em segundo lugar, Camilla de Lucas vem conquistando seu espaço na mídia com seu estilo e simpatia

A cantora Arlo Parks prova que estilos alternativos também fazem parte dessa mulher

Thelminha além de milionária após ter ganhado BBB 20, seus looks também sempre são lembrados