Médico explica "cefaleia refratária" que mantém Virgínia internada; entenda

Virgínia Fonseca está internada com dor de cabeça (Foto: AgNews)
Virgínia Fonseca está internada com dor de cabeça (Foto: AgNews)

Resumo da Notícia:

  • Virgínia Fonseca está internada com dor de cabeça e médico explica os cuidados com a doença

  • O médico ressaltou que os cuidados com a influenciadora digital são redobrados porque ela é gestante

  • Veja sinais de atenção para quem sente dores de cabeça constantes

Virgínia Fonseca está internada há cerca de quatro dias com dor de cabeça e isso gerou uma dúvida nos fãs da influenciadora nas redes sociais. Para responder às questões, Yahoo conversou com o neurologista e neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein e Rede D’Or, Wanderley Cerqueira.

Internada em São Paulo, Virgínia está em uma situação que requer maior atenção por estar grávida de pouco mais de 20 semanas. “O Hospital Vila Nova Star informa que a senhora Virgínia Pimenta da Fonseca Serrano está internada desde o dia 15 de maio de 2022 devido a um quadro de cefaleia refratária à analgesia convencional", diz o boletim médico.

Cefaleia é o nome médico usado para a conhecida dor de cabeça. “Ela atinge mais as mulheres que os homens e uma das hipóteses são as alterações hormonais que acontecem com mais frequência, mas esse quadro costuma diminuir até 90% durante uma gestação”, comenta o neurologista.

Existem vários tipos de dor de cabeça, com diversas causas: depressão, alteração hormonal, ingestão de certos alimentos... O hospital ressaltou que Virgínia está “refratária à analgesia convencional” por conta da gestação. “O cuidado é diferente. Temos o efeito deletério dos medicamentos sobre o feto e isso precisa ser observado neste caso”, avalia.

Diagnóstico

Em um dos melhores hospitais do país, a influenciadora está no quarto e assistida por uma equipe multidisciplinar. “É preciso inicialmente afastar possíveis causas como tumor, sangramento, hipertensão arterial, problemas na hipófise”, explicou o médico.

Para chegar aos resultados, os médicos podem usar exames como ressonância magnética, doppler transcraniano para avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias do cérebro e o eletroencefalograma. “Há uma semana tive uma paciente que estava há 10 dias com dor de cabeça. Não é de uma hora para a outra”, ressaltou.

Com uma dor de difícil controle, a equipe médica vai modulando os medicamentos indicados ao paciente. “A gestante tem um volume maior de sangue e a pressão mais elevada. Tem mais risco de doenças inflamatórias. Analgésicos em excesso ou corticóides podem alterar o crescimento do feto, por exemplo”, aponta.

Entre os tratamentos usados para curar a dor de cabeça, principalmente em casos de gestantes, podem ser usados métodos não medicamentosos como acupuntura ou sessões de relaxamento. “É importante investigar a causa da cefaleia, mas nem sempre ela é descoberta e o paciente deve ser acompanhado a longo prazo”, completa o médico.

Cuidados

O neurocirurgião Wanderley Cerqueira ressalta que dores de cabeça não devem ser tratadas como triviais e pessoas adultas devem ficar atentas. “A dor de cabeça mudou as características? É preocupante e deve ser investigado. Todo o paciente com dor de cabeça crônica deve fazer um diário das dores. Responder a perguntas como: é de que lado? Qual a intensidade de 1 a 10? O que fez surgir? Você come alguma coisa que piora ou começa a dor? O que faz para melhorar? Toma remédio ou não? Tem correlação com a menstruação? Bebeu álcool, comeu queijo ou comidas com shoyo? Tem náusea ou vômito?”, elenca as perguntas.

Quando crônicas, ou seja, com recorrência periódica, elas merecem ainda mais atenção. “Uma dor crônica é aquela que melhora e piora com frequência. Ou seja, que a pessoa consegue mapear, por exemplo: 30 vezes nos últimos meses. Não é uma pessoa que tem dor de cabeça uma vez a cada semestre”, explica.