O filme que custou muito caro para Brad Pitt
O ano é 1939. Heinrich Harrer, um alpinista austríaco, deixa sua esposa grávida para participar de uma expedição no Himalaia. Quando a Segunda Guerra Mundial estoura, Harrer e seus companheiros são feitos prisioneiros pelas tropas britânicas. Em 1944, ele consegue escapar e viaja até Lhasa, a capital espiritual onde reside o jovem Dalai Lama. O aventureiro perdido e a criança solitária se tornam amigos. Mas a China está prestes a invadir o Tibet…
Passemos da ficção para a realidade. A data agora é 1997, e os escritórios de censura de Pequim precisam lidar com dois contratempos: Kundun, filme de Martin Scorsese, e Sete Anos no Tibet, de Jean-Jacques Annaud. Este último é estrelado por Brad Pitt – e continua sendo um de seus trabalhos mais famosos. Para viver Heinrich Harrer, treinou por meses alpinismo e trekking – incluindo escalada na Califórnia e nos Alpes europeus com seu colega de elenco David Thewlis.
Porém, como tudo remotamente ligado ao Tibet, ambos os projetos foram banidos por apresentarem a China sob uma luz negativa, influenciada pela violenta invasão que ocorreu entre 1950 e 1951. Até hoje, o Dalai Lama é considerado pelas autoridades de Pequim um líder separatista e uma ameaça ao controle chinês sobre tal região dos Himalaias.
A Disney, que havia produzido e distribuído Kundun, optou por ignorar os avisos dos censores durante a realização do filme. Em troca, a empresa sofreu uma retaliação temporária: todo o seu catálogo foi proibido na China. Essa decisão foi suspensa dois anos depois, para o lançamento da animação Mulan.
Quanto a Pitt e ao diretor, eles receberam um tratamento bem menos amigável. Não só a distribuidora TriStar Pictures teve suas obras desautorizadas no país, juntando-se à Disney e sua subsidiária Touchstone, como foi negado ao astro de Hollywood o direito de entrar na China por 17 anos. Mesma sentença para Annaud.
Em 2014, portanto, a interdição chegou ao fim. Pitt acompanhou sua então esposa, Angelina Jolie, até Xangai para promover Malévola. Já Annaud conseguiu rodar seu (belo) longa-metragem Espírito de Lobo no ano seguinte, com um elenco chinês, nas paisagens do interior da Mongólia. Foi uma reparação honrosa para o cineasta, que adaptou o best-seller chinês "O Totem do Lobo", lançado por Jiang Rong em 2004 e com mais de 20 milhões de cópias vendidas.
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