"As pessoas sempre querem passar a mão no meu bumbum", diz muso da Porto da Pedra
Por Aline Nobre (@linesnobre) e Lucas Pasin (@lucaspasin)
Por onde passa não tem jeito, ele atrai olhares e não são poucos. Afinal, com 116 cm de bumbum e um sorrisão no rosto é impossível passar desapercebido. Este é Fábio Alves, o Mister Bumbum, Muso e coreógrafo da Porto da Pedra, o homem melancia da Sapucaí.
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“As pessoas sempre querem passar a mão no meu bumbum para saber se é de verdade mesmo, querem apertar, ficam querendo saber o que eu faço. Se é natural, se tem algum enchimento, alguma coisa assim”, conta.
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E ele garante que é tudo dele mesmo e 100% natural e que o volume avantajado é herança genética e muitas horas e anos de malhação:.
“Sempre tive bumbum grande. Vou fazer 42 anos e malho desde os 19 anos. Faço dieta o ano inteiro, treino perna, glúteo. Homem geralmente não gosta de malhar perna e eu não, gosto. Já cheguei a colocar até 100 kg no agachamento, mas agora por conta da proximidade do Carnaval tenho colocado menos peso e feito mais repetições. Faço exercícios com caneleiras com até uns 15 kg em cada perna. Na academia todo mundo já me conhece, os homens na academia malham até mais perna e glúteo por minha influência.”
Mas nem tudo são flores. Na hora de comprar roupa, o mister sofre um pouco: “Tenho a cintura muito fina e o quadril grande. Toda calça que eu compro tenho que ajustar, já tenho duas costureiras amigas que sempre consertam as minhas roupas”.
Fábio, além de desfilar na Porto da Pedra é Rei de bateria do bloco Bafo de Onça do Rio de Janeiro, e este ano faz sua estreia no Carnaval do Espírito Santo na escola Mocidade Unida da Glória, ainda é enfermeiro pós-graduado e trabalha em dois hospitais.
“O Brasil ainda é um país preconceituoso e machista. As pessoas acham que por você estar desfilando é porque você não tem estudo ou é garoto de programa. Nada contra, mas esse pré-julgamento não pode existir."
"Comecei a falar que era enfermeiro por causa do preconceito. Recebia várias mensagens de pessoas me falando: ‘vai estudar’ e eu sempre estudei. As pessoas quando olham as minhas redes sociais devem ficar pensando: ‘Esse cara só deve ficar fazendo foto, na vida boa’, mas a minha vida bem é corrida. Vivo dando plantão, treino todo dia, mantenho uma rotina saudável, mas sei que quando a gente gosta do que faz, as coisas se tornam mais simples. É preciso ter foco”, desabafa.
O muso defende mais espaço para homens no Carnaval e incentivo nas escolas de samba.
“Se a gente parar para pensar, são poucos os homens que tem destaque em uma escola de samba. Uma escola de samba tem 4 mil componentes em média, quantos homens da comunidade poderiam fazer o trabalho que eu faço em outras escolas? São 14 escolas no grupo especial. A gente tem que valorizar os homens também no Carnaval, não é iniciar uma guerra entre homens e mulheres, é valorizar os homens da comunidade porque eles também podem ser grandes destaques nas suas escolas.”
Mas apesar das lutas, Fábio está satisfeito com as conquistas. “Graças a Deus hoje as pessoas me respeitam muito mais do que quando comecei. Nos hospitais as pessoas me reconhecem, recebo visitas de pessoas que só vão lá para me conhecerem, me param na rua. Acho que estou abrindo portas para muitos meninos em suas comunidades e vencendo esse preconceito contra homens como destaques em suas escolas.”