Marca do subúrbio do Rio faz releituras de camisas de São Cristóvão, Bangu e Madureira
91555718_ESP Rio de Janeiro RJ 10-02-2021 Camisas de futebol do suburbio Jovens cariocas lançam.jpg
Se hoje os clubes pequenos do Rio de Janeiro já não têm mais a presença de outrora em torneios nacionais, suas identidades seguem vivas localmente. E uma marca carioca tipicamente suburbana transplantou essa ideia para a moda: a Pormenor, criada pelos amigos Matheus Almeida e Bernardo Cordeiro, homenageou os uniformes de Madureira, Bangu e São Cristóvão na coleção "Clássico Suburbano".
A proposta da coleção, lançada no início de fevereiro, é a releitura de uniformes clássicos das equipes no estilo streetwear, roupas casuais inspiradas em elementos culturais locais. Os amigos lembram que, na versão carioca do estilo, o futebol já era um dos elementos incorporados.
— A gente sempre viu o Rio do ponto de vista da moda praiana, sendo que a cidade é extremamente rica. Não tinha uma marca legitimamente suburbana com essa estética do futebol — lembra Bernardo.
A escolha pelos times têm, além do quesito estética, uma motivação afetiva. Criados em Bento Ribeiro, bairro onde cresceu Ronaldo Fenômeno, os amigos viram no São Cristóvão uma escolha óbvia para a coleção. Pela proximidade, Madureira e Bangu foram os outros dois homenageados.
A coleção se baseia em modelos simbólicos, de equipes campeãs, explicam eles. A blusa do Madureira, por exemplo, lembra bastante o modelo amarelo listrado da equipe campeão da Taça Rio de 2006.
— É uma tendência global. Os clubes estão fazendo fotos (de divulgação) com uma pegada mais street — diz Matheus. Ele explica que a proposta da coleção (e da marca), é unir a moda com a valorização das raízes cariocas:
— A ideia que a gente comunica desde o primeiro dia é o de suporte local. Valorizar sua área, olhar para onde você veio com mais carinho.
Sucesso imediato
Assim que as camisas foram lançadas, o sucesso foi imediato. A coleção se esgotou em poucos dias, e a dupla já prepara o lançamento de uma nova leva.
— A gente percebeu que tem uma demanda. Ficamos na loucura para atender todo mundo, foi fora do comum — lembra Matheus.
Bem-humorados, os amigos explicam que a marca ainda é um trabalho secundário. Matheus, de 26 anos, trabalha com Marketing, enquanto Bernardo, de 25, é designer. Eles emprestam seus conhecimentos para seguir tocando a empreitada.
— Somos da correria — brincam eles.