Maconha pode controlar efeitos da Covid-19, diz estudo
Na busca por novos tratamentos para reduzir as mortes por Covid-19 no mundo, pesquisadores da Universidade de Lethbridge, no Canadá, avaliaram as propriedades da maconha e seus efeitos na infecção pelo coronavírus. O resultado foi de que a cannabis sativa pode reduzir a ação das chamadas “tempestades de citocina”, ou seja, controlar a inflamações causada pelo vírus.
"Aqui, levantamos a hipótese de que extratos de cannabis sativa podem ser usados para regular a expressão de citocinas pró-inflamatórias (as tempestade de citocinas) e vias envolvidas na inflamação e fibrose”, diz trecho do estudo publicado na Aging.
Segundo o jornal El Universal, os especialistas usaram 23 extratos de maconha em modelos de tecidos artificiais humanos, com a intenção de ver como seriam reduzidos os níveis de receptores das células às quais o coronavírus se liga para se espalhar.
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Entre o que puderam observar é que sete extratos foram os mais eficazes, causando uma regulação profunda e coordenada de diferentes citocinas.
Um dos pontos que se destacam é que o fator de necrose tumoral e a glicoproteína denominada Interleucina-6 poderiam ser inibidos. Segundo o estudo, estes são pontos essenciais após lidar com moléculas que são expostas à tempestade de citocinas Covid-19 .
Tempestades de citocina
Casos severos e fatais de Covid-19 têm como característica um quadro de inflamação sistêmica que, além dos pulmões, leva ao colapso diferentes órgãos do paciente. Trata-se de uma reação inflamatória fora de controle, que envolve elevadas taxas de moléculas pró-inflamatórias circulantes no sangue – fato conhecido como tempestade de citocinas. Essa resposta imunológica exacerbada tende a causar danos ainda maiores que o próprio vírus.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) demonstraram, pela primeira vez, que o processo inflamatório pulmonar, a tempestade de citocinas e a gravidade da doença estão associados ao aumento exagerado de mediadores lipídicos (derivados de ácido araquidônico) e de acetilcolina – substância normalmente produzida no sistema nervoso central e que participa da comunicação entre neurônios.
No estudo com a maconha, outros 13 extratos, além dos sete extratos citados acima, regulavam a expressão da ECA2, reduzindo, assim, os perigos inflamatórios característicos da Covid-19, bem como outras doenças e condições reumatológicas.