LGBTQIA+: Você conhece a sigla completa?
Vira e mexe vemos por aí conteúdos que falam sobre a comunidade LGBTQIA+. E, sim, essa sigla é uma daquelas que a gente fala de boca cheia, sem nem respirar. Parece confuso, mas cada letrinha contida ali é importante - e é sobre isso que vamos falar hoje.
Se você percebeu, ao longo do tempo essa sigla "evoluiu", como uma forma de dar mais visibilidade para diferentes espectros e se transformar em uma representação mais fiel de uma comunidade tão diversa. Se você não sabe o significado exato de cada uma dessas letras, não tem problema, vamos explicá-las melhor abaixo. Mas, de qualquer maneira, é importante entendermos algumas coisas antes.
Por que a sigla LGBTQIA+ existe?
Para quem nunca lidou com questões de sexualidade ou gênero, ou seja, para pessoas cisgênero e heterossexuais, a sigla LGBTQIA+ pode não fazer sentido. No entanto, quando consideramos a história das pessoas dessa comunidade, o quanto foram anuladas, silenciadas e excluídas da sociedade ao longo do tempo, ela começa a ter um motivo para existir.
A sigla surgiu, justamente, como uma forma de abraçar uma comunidade marginalizada por muito tempo, de forma que representasse todas as pessoas ali contidas e que não se vêem como parte da população cis e hétero.
A primeira versão dessa sigla é bem conhecida também: GLS. Inventada na década de 1990, significava "gays, lésbicas e simpatizantes". No entanto, ela logo caiu em desuso, já que "simpatizantes" era um termo muito abrangente, que poderia tanto dizer respeito a uma pessoa bissexual quanto alguém hétero que apoiava a causa - e isso tirava o protagonismo dos membros dessa comunidade, deixando-os, mais uma vez, em segundo plano.
Em seguida, veio GLBT, ou seja, "gays, lésbicas, bissexuais e transexuais". Um pouco mais específica, essa sigla já englobava de forma mais abrangente quem, de fato, fazia parte dessa comunidade. A partir daí, foram feitos ajustes na ordem das letras e acrescentadas outras para englobar, de forma ainda mais explícita, quem são essas pessoas.
O que significa a sigla LGBTQIA+
Agora, sim, vamos à parte prática da história: afinal, qual o significado dessa sigla? A primeira coisa a saber é que ela é uma abreviação de uma versão mais completa da sigla, LGBTT2QQIAAP - mas que, ainda assim, é muito mais longa do que isso, uma vez que alguns estudiosos dizem que ela chega a 52 letras.
Além disso, ela é dividida em duas partes: na primeira, temos as definições de orientação sexual (LGB - lésbica, gay ou bissexual); na segunda, temos as definições de gênero (transsexual, queer, intersexo, assexualidade e outras, como a pansexualidade).
Entendendo cada letra da sigla
Visto isso, vamos ao próximo passo: entender exatamente o que cada letra da sigla significa e quem são as pessoas que recaem sobre cada um desses guarda-chuvas específicos.
Siglas de orientação sexual:
L: lésbicas
São as mulheres homossexuais, ou seja, mulheres que se identificam como mulheres e que têm preferência / atração sexual por outras mulheres que se identificam da mesma forma.
G: gays
São homens homossexuais, isto é, homens que se identificam como homens e que têm preferência / atração sexual por outros homens que se identificam dessa mesma forma.
B: bissexuais
São as pessoas que sentem atração sexual tanto pelo gênero feminino como pelo masculino, sem necessariamente ter uma preferência maior ou menor por um dos dois (essa, aliás, é uma informação importante).
Siglas de gênero:
T: travestis, transexuais e transgêneros
São aquelas pessoas que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascimento e que costumam ser relacionados ao órgão sexual. Por exemplo, uma mulher que foi identificada como homem ao sair do útero materno, ou um homem que foi identificado como mulher ao nascer.
Q: queer
Um termo emprestado do inglês, é utilizado para as pessoas que não se identificam com os padrões de sexualidade e gênero impostos pela sociedade, isto é, não se identificam totalmente com identidades masculinas ou femininas e transitam entre elas, sem a necessidade de acolher esses rótulos.
I: intersexuais
São pessoas que não conseguem ser definidas de maneira distinta entre os gêneros - antigamente, eram chamadas de hermafroditas, e apresentam variações clinicamente determinadas em cromossomos ou nos órgãos sexuais.
A: assexuais
Pessoas que sentem pouca ou nenhuma atração sexual por outras pessoas, independentemente de gêneros, mas que podem ou não sentir interesse romântico por alguém, a depender do contexto.
+: outras siglas e identidades
O "+" é uma forma de representar outras siglas e identidades, como o "P" de pansexual, que são pessoas que se sentem sexualmente atraídas por outras pessoas, independentemente de gêneros ou orientações.
Qual sigla LGBTQIA+ devo usar?
Ao se referir a uma pessoa parte dessa comunidade, o ideal é sempre usar a sigla na sua forma mais conhecida: LGBTQIA+. Pode ser confuso, a princípio, de falar ou escrever tantas letras juntas, mas é importantíssimo manter essa forma de referenciação - já que se trata do reconhecimento da visibilidade de todos a quem ela abraça.
A partir daí, entram as tratativas mais específicas, mas que são válidas para todas as pessoas. É essencial tratar a todos pelo nome com o qual se apresentam (a exemplo de Linn da Quebrada e toda a polêmica envolvendo, justamente, o seu nome no 'Big Brother Brasil 22') e, na dúvida, questionar quais pronomes essa pessoa prefere que usem quando se referem a ela.
Por exemplo, pessoas cisgênero do sexo feminino optam por "ela / dela", já pessoas cis do sexo masculino preferem "ele / dele". Agora, pessoas não-binárias preferem pronomes que indiquem a sua não binariedade, como "elu / delu". Seguir essas pequenas regras é sinal de respeito e faz parte do uso neutro da linguagem, que procura incluir essas pessoas sem determiná-las por indicadores de gênero, como é tão comum na língua portuguesa.