Kim Kardashian irritou historiadores ao usar vestido de Marilyn Monroe; entenda
O lema de Kim Kardashian e suas irmãs é: falem bem ou falem mal, mas falem de mim. Porém, talvez nem mesmo a empresária esperasse que o look que escolheu para o Met Gala deste ano, um vestido original de Marilyn Monroe, causaria tanta polêmica. A peça, só para contextualizar, tem 60 anos e foi usada no momento em que a atriz cantou "Happy Birthday" para John F. Kennedy, então presidente dos Estados Unidos.
Na ocasião, mais do que o modelo em si, a magreza da estrela de Hollywood e os rumores de que ela teria um caso com o aniversariante da noite chamaram atenção. Mesmo assim, o naked dress se tornou icônico e é, atualmente, o vestido mais caro já vendido em um leilão, arrematado por quase US$ 5 milhões.
Justiça seja feita, Kim fez o possível para tratar a peça com o respeito e cuidado que merece. Em entrevista à Vogue norte-americana, a empresária entregou que seguiu uma rotina rigorosa de dieta e treino para perder cerca de 7kg e conseguir usar o modelo sem que ajustes fossem necessários. Ah, e todas as provas foram feitas com uma réplica, tá?
Ela também contou que, na verdade, vestiu o naked dress original apenas para passar pelo tapete vermelho. Ou seja, em poucos minutos, ele já estava a caminho de onde fica exposto, o Ripley's Believe It or Not!, uma espécie de museu na Flórida. “Respeito muito o vestido e o que ele significa para a história americana. Eu jamais gostaria de sentar, comer ou correr o risco de causar qualquer dano a ele”, ressaltou Kim.
Boa parte dos historiadores discorda e não economizou nas críticas. "Isso porque se trata de algo extremamente delicado. Essas peças mais antigas, geralmente feitas de seda, algodão, linho e outros materiais frágeis, exigem um cuidado enorme. No caso desse modelo, só o ato de colocá-lo no corpo e deixá-lo exposto a fatores externos, já poderia causar danos irreparáveis. Mesmo com todos esses cuidados, foi um risco bem grande emprestá-lo", analisa a professora e pesquisadora de moda Fernanda Bonizol, do centro universitário UniAcademia.
Nick Woodhouse, atual presidente do Authentic Brands Group, responsável por administrar a peça, declarou ao site TMZ que Marilyn adoraria a homenagem e que não teria alguém melhor para fazê-la, já que as duas são mulheres fortes, poderosas, independentes e que amam estar em frente às câmeras. Representantes do Ripley's Believe It or Not! ainda garantiram que o vestido voltou intacto.
Outro ponto, levantado por Fernanda, é a importância de celebridades como Kim estarem no Met Gala, que é um baile beneficente, e darem toda essa visibilidade ao evento. "Graças ao grande valor arrecadado anualmente, o The Costume Institute é um dos únicos departamentos autossuficientes do Metropolitan Museum of Art", destaca a especialista. De acordo com a própria instituição, vale salientar, o The Costume Institute abriga mais de 33 mil itens de moda, que representam sete séculos de história.
Fernando Hage, coordenador do curso de Moda da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), acredita que, embora o nome de Marilyn esteja em alta novamente devido a essa controvérsia e possa ter chegado a outras pessoas (os mais jovens, por exemplo), seria melhor que o tributo tivesse sido feito somente com uma réplica ou um modelo totalmente novo inspirado no original.
"Pode até ser uma estratégia do Ripley's Believe It or Not! para aumentar ainda mais o interesse do público em ver o vestido de perto. Mas, agora que ele foi ressignificado no corpo de outra pessoa e teve sua história alterada, me pergunto se daqui para frente esse será o vestido de Marilyn Monroe ou o vestido de Kim Kardashian", reflete ele.