Greve dos caminhoneiros: o que aconteceu em 2018 e porque nova paralisação apavora o governo
A segunda-feira (1º) começou com preocupação para o governo de São Paulo e também para o governo federal. Caminhoneiros deram início a uma greve na rodovia Castello Branco e despertaram na memória dos brasileiros a paralisação de 2018.
Há cerca de três anos, a categoria se mobilizou durante onze dias. Na ocasião, a insatisfação se devia ao preço do diesel, que subiu e influenciou diretamente os gastos dos caminhoneiros. Para pedir uma diminuição do valor do combustível, fizeram uma paralisação durante o mês de maio em todo o país.
Os efeitos da greve foram sentidos pelos brasileiros em diversos setores. O mais grave foi a distribuição de combustível, que não estava acontecendo. Dessa forma, a gasolina se tornou item raro. Postos de abastecimento tinham filas quilométricas todos os dias e, rapidamente, o combustível nas bombas acabava.
Com o aumento da demanda e a pouca oferta, o preço da gasolina subiu em todas as cidades brasileiras. Consequentemente, os efeitos foram se escalonando. O transporte público foi afetado e o regime de home office foi instalado em empresas, por falta de opção para que os funcionários chegassem até os locais de trabalho.
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Ao mesmo tempo, nos supermercados também houve crise no abastecimento de alimentos, em especial os perecíveis. Os produtos encareceram e as prateleiras de diversos estabelecimentos ficaram vazias, sem possibilidade de reposição de itens essenciais.
Na tentativa de impedir a continuidade da greve, o governo Michel Temer (MDB) acionou militares para desbloquear as rodovias pelo país. Também foram instituídas multas para os caminhoneiros que seguissem com a paralisação.
O governo, no entanto, só conseguiu chegar a um acordo com a categoria no 7º dia de greve, após atender diversas reinvindicações dos caminhoneiros. Ainda assim, o fim da greve e a normalização da mobilização só aconteceram em 30 de maio.
A nova greve, que paralisa a rodovia Castello Branco nesta manhã, tem como alvo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Ainda assim, o governo federal pode ser diretamente atingido, já que a categoria se mobiliza em todo o país. Os grevistas querem negociar diretamente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e tem uma lista de dez exigências. A pauta de reivindicações traz questões como a necessidade de um marco regulatório do transporte e de uma jornada de trabalho para esse tipo de função.