Geladinho alcoólico: os cuidados de consumo (e receitas) no Carnaval
Por Daiana Dalfito
Geladinho, sacolé, gelinho e até chupe-chupe. O nome varia, mas essa delícia congelada faz parte da infância de 99% da população. Só que em tempos de Carnaval, a inocência dá lugar à sede por álcool e, de repente, o geladinho alcoólico vira uma tendência para a folia.
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O drinque congelado pode parecer inofensivo, mas acredite: não é. “Como está congelado e é docinho, a percepção alcoólica pode parecer menor, mas você vai ter a mesma reação química causada pelo álcool líquido”, explica o bartender Fernando Spolaor, do Trabuca Bar.
Resumindo: se você tomar uma (ou mais) dose(s) de catuaba líquida ou congelada o efeito é o mesmo. Por isso, apesar da frequência de idas ao banheiro diminuir, já que o goró está entrando de forma mais sólida no corpo, a embriaguez pode vir da mesma forma se o consumo for excessivo.
“Dá ruim”?
Pode dar. “Se o consumo for concentrado em um dia ou um período curto, não deve ultrapassar cinco doses para homens e três para mulheres e não mais que uma vez por semana”, sugere Erickson Furtado, médico e professor da USP.
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Para o sacolé, vale a mesma conta. É preciso calcular a quantidade de álcool contida em cada geladinho e não ultrapassar o limite.
Mas quanto vale “uma dose”? São cerca de 10 a 14 gramas de álcool, o que corresponde a, aproximadamente, uma lata de cerveja de 350 ml; 100 a 150 ml de vinho ou um shot de 30 a 45 ml de destilado (cachaça, uísque, vodca etc.). Os números não são um consenso.
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“Outro fator importante no caso do geladinho, é que por ser refrescante, dá a ideia de hidratação, que é um erro”, alerta Furtado. Portanto, dê pausas, tome água – você está transpirando e fazendo esforço físico atrás do trio.
Comprar x levar
Comprou o sacolé no bloquinho e não sabe quantas doses ele tem? Bem, este é apenas um dos problemas. Além da ausência desse tipo de informação, não há garantia da qualidade da bebida usada e de como os produtos foram preparados e armazenados. “Em épocas como o Carnaval, onde a produção é grande e o calor muito, a chance de intoxicação alimentar aumenta”, lembra Spolaor.
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A saída é fazer o seu. O bartender explica que uma caixa térmica com gelo dá conta de manter os sorvetes consistentes, mesmo sob o sol. Para congelar, o chupe-chupe não pode conter apenas a base alcoólica. “O álcool congela a cerca de 114o a 117o C, por isso você precisa de outros ingredientes e eu recomento em vez de água, usar algo mais cremoso como leite condensado, leite de coco, leite ou suco de fruta”.
As receitas sugeridas por Fernando Spolaor são leves e “para a galera”. Para calcular seu consumo, divida a quantidade geral do componente alcoólico pela quantidade em uma dose. Depois conte os sacolés e faça a média por saquinho (que têm capacidades variadas, sendo, as mais comuns de 100, 150 e 200 ml).
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Por exemplo, imagine que a receita de piña colada abaixo rendeu 10 geladinhos. A conta é:
500 ml de rum / 50 ml (conteúdo de 1 dose) = 10 doses
10 doses / 10 geladinhos = 1 dose por sacolé
Receitinhas para o seu Carnaval
Piña colada
500 ml de rum
500 ml suco de abacaxi natural (batido e coado)
300 ml de leite de coco
200 ml de leite condensado
Modo de preparo: Extraia e coe o suco de abacaxi. Depois, junte os demais ingredientes e bata tudo no liquidificador.
Selvagem mule
500 ml de catuaba
300 ml de leite de coco
200 ml de xarope de morango
Modo de preparo: Faça o xarope batendo cerca de uma caixa de morangos cortadinhos com a metade do volume em água e a mesma quantidade de açúcar. Deixe ferver e mantenha no fogo de 5 a 10 minutos, até o ponto de fio. Deixe esfriar.
Com o xarope pronto, bata-o junto com os demais ingredientes do liquidificador.