Facebook corre risco de fracasso no metaverso, dizem desenvolvedores

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Por Elizabeth Howcroft

LONDRES (Reuters) - O Facebook corre o risco de ficar para trås no metaverso e perder uma mudança no comportamento dos consumidores se não permitir a propriedade digital, de acordo com alguns dos pioneiros do mundo virtual.

O Facebook acenou para o crescente mercado no mĂȘs passado, anunciando a mudança do nome da empresa para Meta Platforms e foco no "metaverso". No entanto, com poucos detalhes alĂ©m da reformulação da marca, os participantes do espaço virtual duvidam que a empresa esteja pronta para abraçar o espĂ­rito que impulsiona a criatividade e o lucro no segmento.

"O que o Facebook estĂĄ fazendo com meta ... Ă© um 'metaverso falso', a menos que eles realmente tenham uma descrição real de como podemos realmente propriedade nele", disse Yat Siu, presidente e cofundador da Animoca Brands, um investidor e desenvolvedor de plataformas de metaverso, falando em um painel na conferĂȘncia Reuters Next.

"AtĂ© agora Ă© apenas a DisneylĂąndia. É um belo lugar para se estar, mas provavelmente nĂŁo queremos realmente morar lĂĄ. NĂŁo Ă© o tipo de lugar em que podemos construir um negĂłcio."

O termo "metaverso" designa uma sĂ©rie de espaços compartilhados que podem ser acessados pela internet. Alguns usam realidade aumentada, por meio de Ăłculos especiais, mas as atuais plataformas com frequĂȘncia se parecem mas com um videogame do que com a vida real.

Muito dinheiro estå circulando por lå. Na semana passada, um "terreno" no mundo online Decentraland foi vendido pelo equivalente a 2,4 milhÔes de dólares.

As vendas de tais imóveis e outros objetos virtuais, que são normalmente transacionados por meio da tecnologia blockchain e tokens não-fungíveis (NFT), atingiram 10 bilhÔes de dólares no terceiro trimestre, segundo a empresa de anålise do mercado DappRadar.

MAIS DO MESMO, MAS DIFERENTE

Para o tambĂ©m pioneiro do metaverso Benoit Pagotto, cofundador da empresa de calçados virtuais RTFKT, a propriedade digital abre espaço para mudar os papĂ©is das marcas e dos consumidores. "É uma grande mudança (no modo) de funcionamento da relação entre negĂłcios, criatividade e consumismo", disse Pagotto na Reuters Next. “Um produto nĂŁo Ă© algo isolado. VocĂȘ precisa pensar em como pode continuar a atualizĂĄ-lo”, disse.

Nesse meio tempo, hĂĄ uma corrida para recuperar o atraso, tanto por marcas quanto por advogados que tentam definir o que realmente Ă© a propriedade digital.

Os NFTs não são regulamentados e os fraudadores estão à espreita. Qualquer pessoa pode criar e vender um NFT e não hå garantia de seu valor. "Isso estå causando um pouco de dor de cabeça para os profissionais do direito que tentam conciliar o vocabulårio com o que estå acontecendo de fato", disse Sophie Goossens, sócia especializada em tecnologia e direito da mídia na Reed Smith em Londres.

"Acho que veremos uma mistura de ativos digitais perfeitamente adaptados ao nosso ambiente real", disse Natalie Johnson, fundadora da Neuno, um futuro mercado para NFTs de marcas de moda, à medida que as empresas de tecnologia lançam óculos de realidade aumentada.

"VocĂȘ nĂŁo precisa ser um jogador hardcore para abraçar e brincar com essa nova tecnologia. SerĂĄ para todos."

Para acompanhar Reuters Next: https://reutersevents.com/events/next

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