Ex-ministro de Bolsonaro distorce gráficos para defender fim de quarentena do coronavírus
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania do governo Bolsonaro, voltou a distorcer informações para defender o fim do isolamento social, recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), para impedir a proliferação do novo coronavírus.
Em seu Twitter, o parlamentar compartilhou gráficos publicados pelo jornal norte-americano The New York Times com a evolução dos casos de coronavírus em cada país. O ex-ministro citou Estados Unidos e Itália como exemplos de países "que tiveram toda sua população em quarentena radical" e não reduziram o número de infectados e mortos, porém omitiu que nestes países o isolamento social foi adotado tardiamente, após seus chefes de Estado terem subestimado a pandemia.
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Entre quinta e sexta-feira, os Estados Unidos registraram recorde de mortes por Covid-19 em 24 horas: 1480 vítimas. O agravamento da epidemia obrigou o presidente Donald Trump mudar o tom do discurso despreocupado com a doença. O líder norte-americano anunciou a extensão a quarenta para até 30 de abril.
No Brasil, onde estamos sendo submetidos a uma quarentena radical que destrói nossa economia e empregos, eu pergunto : onde está o achatamento da curva??!! NAO EXISTE. Com a quarentena ou não,chegaremos ao pico da epidemia antes do final de abril! pic.twitter.com/yR6TmUzAWk
— Osmar Terra (@OsmarTerra) April 4, 2020
Nesta semana, Osmar Terra publicou em sua rede social outra informação falsa para defender o fim do isolamento social. O ex-ministro afirmou que os Países Baixos não adotaram medidas de distanciamento e "já passaram pelo pico da epidemia". O governo holandês determinou fechamento de estabelecimentos comerciais e elaborou regras para impedir a disseminação da Covid-19, como a distância de 1,5 metro por pessoa, son pena de multa.
Internautas denunciaram os tweets de Osmar Terra e reportaram os erros para a rede social, que nesta semana apagou vídeos do presidente Jair Bolsonaro circulando pelas ruas de Ceilândia, cidade-satélite do Distrito Federal, desobedecendo as recomendações da OMS.
Os tweets de Osmar Terra incomodaram o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que o chamou de "Osmar Trevas" em conversa privada no grupo de WhatsApp do DEM.