Emicida desabafa sobre racismo e desigualdade social: "Mais letal que o coronavírus"
Emicida comoveu o público em sua participação no programa do Faustão deste domingo (14). Na ocasião, o rapper deu uma verdadeira aula de sociologia ao comentar sobre racismo, desigualdade social, trabalho infantil, violência contra a mulher e, claro, o assunto do momento: coronavírus.
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Logo no início da conversa, o cantor afirmou que “a pandemia não é uma escolinha” para as pessoas entenderem que é importante ajudar os outros. “Por um lado, a gente enfrenta um vírus que se espalha muito rápido, mas que não tem uma letalidade tão grande, agora, o que é extremamente letal são os abismos sociais que a nossa sociedade produziu e finge que não existem”, defendeu ele.
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Ainda segundo o artista, todas as pessoas podem pegar Covid-19, mas nem todas podem se tratar por causa da desigualdade. E, embora algumas discussões estejam em alta, como a luta contra o racismo, Emicida acredita que ainda falta muito para que a gente se orgulhe quanto sociedade.
"O imaginário do brasileiro foi conduzido através de uma reflexão que faz ele acreditar que vive de fato numa democracia racial, quando isso não é verdade. E é por isso que uma nova geração emerge e traz à tona um discurso de que não, a gente não vive uma democracia racial, a gente vive um estado de desespero, de emergência, que quanto mais escura a cor da sua pele mais perigoso é", explicou.
Em seu discurso, Emicida citou os casos de George Floyd e o de Miguel, filho de uma doméstica que passeava com o cachorro da patroa na hora da tragédia. “Embora a discussão dos Estados Unidos seja válida participar, entender e se solidarizar, acho que a gente tem situações tão ou mais desesperadoras no território brasileiro que precisam fazer com que a gente se levante contra isso”, afirmou.
Pai de duas meninas, Teresa e Estela, o cantor disse que aprende todos os dias sobre a importância da luta das mulheres. Ele também aproveitou para falar sobre o seu novo trabalho, ‘Sementes’, canção que tenta conscientizar as pessoas acerca do trabalho infantil.
“Muitas pessoas estão sendo empurradas de maneira agressiva para as margens, tendo que se agarrar a qualquer coisa que apareça. Esse desespero está fazendo com que muitas famílias tenham que submeter crianças a jornadas de trabalho que são desgastantes, perigosas e insalubres até para os adultos", disse.
Nas redes sociais, o público elogiou o artista:
Emicida: a
eu: pic.twitter.com/l9NTY11zsT— Lucas (@olucascosta) June 14, 2020
O @emicida fala e eu abaixo a cabeça pra ouvir pic.twitter.com/Dh9RIBnjFj
— brendA (@ndrade_brenda) June 14, 2020
Muito importante o @emicida, falando agora no Faustão, como precisamos nos preocupar com as violências contra as mulheres trans e travestis, no Brasil. Obrigada, querido. É importante para todas nós que isso seja dito em rede nacional.
— Ana Flor (@Tdetravesti) June 14, 2020
o emicida falando pra caralho e o faustao nunca esteve tao calado
— maria a come cus variados (@bitulesse) June 14, 2020