Doria entra com ação no STF contra Ministério da Saúde por leitos de UTI desabilitados
O governo de São Paulo ingressou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o Ministério da Saúde para que o governo federal habilite os leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Covid-19.
A ação, segundo o governador João Doria (PSDB), foi impetrada no Supremo na manhã desta quarta-feira (10).
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Na semana passada, Doria acusou o Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello, de desabilitar cerca de 3 mil leitos de UTI em São Paulo por razões políticas. Na prática, isso significa que o Ministério da Saúde retirou sua parte do investimento na manutenção de UTI no estado.
“Na quarta passada, denunciamos que o Ministério da Saúde estava desabilitando leitos de UTI em pleno segundo pico da pandemia. São Paulo comunicou ao ministério, seguiu o protocolo e aguardou. Como não houve resposta, o governo entrou com ação no STF”, detalhou Doria.
No pedido ao Supremo, São Paulo solicita que o governo federal passe a custear 3.258 leitos Covid que estão em funcionamento, mas deixaram de serem pagos pela União. O funcionamento desses leitos, segundo Doria, está sendo custeado pelo governo paulista.
De acordo com a Secretaria da Saúde, o investimento do Ministério nesses leitos foi de R$ 1,5 bilhão entre abril de 2020 e fevereiro de 2021. A habilitação prevê repasse de verba para custos com profissionais, equipamentos e insumos para manutenção do funcionamentos dessas vagas de internação no SUS (Sistema Único de Saúde).
“A obrigação do Ministério da Saúde tem de ser cumprida em São Paulo e nos demais estados. Em dezembro, o governo federal custeava 3.822 leitos. Agora, custeiam somente 564”, detalhou o governador.
Esse é mais um episódio de tensão entre o governo de São Paulo e o governo federal. Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro e Doria tem atuado de formas diferentes e trocado acusações.
Em janeiro, o governo de São Paulo anunciou, inclusive, o início de sua campanha de vacinação de forma independente à do governo federal. A situação foi contornada com a aquisição, pelo Ministério da Saúde, de todas as doses da vacina do Butantan.