Dilma, Lula e FHC respondem Bolsonaro: “Se comporta como um fascista”
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou que Dilma Rousseff tenha sido torturada durante a ditadura militar brasileira. À apoiadores, Bolsonaro disse que há uma “vitimização”.
“Os caras se vitimizam o tempo todo. ‘Fui perseguido’. Teve um fato, esqueci o nome da pessoa, mas é só procurar o nome da pessoa que você acha com facilidade, que a Dilma foi torturada e quebraram a mandíbula dela. Eu falei ‘traga o raio-x pra gente ver o calo ósseo’, e olha que eu não sou médico, hein? Até hoje tô aguardando o raio-x aí.”
Enquanto Bolsonaro colocava em dúvida a tortura sofrida por Dilma, apoiadores riam.
Dizer que Jair Bolsonaro é verme é uma ofensa aos vermes. Ele rebaixa a instituição da presidência da República a níveis subterrâneos e envergonha o país e o mundo.
Em mais um ataque sórdido contra a presidenta Dilma e as outras vítimas das atrocidades da Ditadura, Bolsonaro ri. pic.twitter.com/NVs0RwhMP9— De Lucca 🏳️🌈 (@delucca) December 28, 2020
Em nota, Dilma reagiu e chamou o presidente de fascista e sociopata. “É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista. Ele revela, com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador. Ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte”, declarou a petista.
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Na visão da ex-presidente, “a cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram”.
Para a ex-presidente a fala de Bolsonaro não insulta apenas a ela, mas todas as vítimas da ditadura militar brasileiras e os parentes delas, “muitos dos quais sequer tiveram o direito de enterrar seus entes queridos”.
Além de Dilma, vítima dos insultos, os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso também repudiaram a fala de Bolsonaro. Nas redes sociais, Lula escreveu que o Brasil “perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca”. O petista se solidarizou com Dilma e a declarou que a ex-presidente é uma “mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais conhecerá”.
Para FHC, brincar com a tortura de Dilma ou de qualquer outra pessoa é inaceitável, “concorde ou não com as atitudes políticas das vítimas. Passa dos limites”, declarou.