Diego Santana analisa como cantoras pop têm usado polêmicas para impulsionar a carreira

Consultor de marketing destaca que Anitta não foi a primeira estrela da música a simular sexo em um clipe, por exemplo

Diego Santana é consultor de marketing (Foto: reprodução/Instagram e divulgação)
Diego Santana é consultor de marketing (Foto: reprodução/Instagram e divulgação)

Resumo da notícia:

  • Novo clipe de Anitta terá cena com simulação de sexo oral e vídeo da gravação rapidamente viralizou

  • Diego Santana, consultor de marketing, avalia estratégia da cantora

  • Outras estrelas do pop, como Madonna e Britney Spears, já fizeram algo parecido

Para qualquer fã de música pop, o choque por Anitta ter simulado sexo oral nas gravações do próximo clipe está justamente na reação do público. Quem cresceu ou envelheceu acompanhando Madonna, por exemplo, já não se surpreende quando uma cantora do gênero aposta na sexualidade — e em tabus — para gerar engajamento.

Aliás, foi a Rainha do Pop que, lá em 1992, começou a abrir o caminho trilhado hoje por Anitta, ainda que ela cite Mariah Carey como principal inspiração. Na era “Erotica”, Madonna explicitou o que antes deixava apenas no imaginário das pessoas: posou totalmente nua, revelou fetiches e fantasias e, claro, protagonizou momentos como simular sexo oral em uma garrafa em frente às câmeras.

Madonna (Foto: reprodução/Na Cama com Madonna)
Madonna (Foto: reprodução/Na Cama com Madonna)

Janet Jackson, outra lenda, costumava chamar fãs ao palco e encarnar uma dominatrix (mulher dominadora) em performances beeem quentes, como em “Would You Mind” e “Discipline”. "Trata-se de uma forma de obter publicidade gratuita e orgânica, seja pelas notícias que saem na mídia ou na repercussão dos internautas nas redes sociais", diz Diego Santana, consultor de marketing.

Janet Jackson (Foto: divulgação)
Janet Jackson (Foto: divulgação)

Naturalmente, Britney Spears, Christina Aguilera, Jessica Simpson e até Pink, considerada o oposto das “princesas do pop”, seguiram essa linha — como esquecer o auge de Britney, na turnê mundial do álbum “In The Zone”, simulando masturbação na banheira do fictício Hotel Onyx?

Pink (Foto: reprodução/YouTube/Pink)
Pink (Foto: reprodução/YouTube/Pink)
Christina Aguilera (Foto: divulgação)
Christina Aguilera (Foto: divulgação)
Britney Spears (Foto: reprodução/MTV)
Britney Spears (Foto: reprodução/MTV)
Jessica Simpson (Foto: reprodução/YouTube/Jessica Simpson)
Jessica Simpson (Foto: reprodução/YouTube/Jessica Simpson)

E nem é preciso voltar tanto no tempo para provar que o próximo clipe de Anitta, ainda que tenha muito da personalidade e da origem dela, é apenas mais um ato sexual no pop: em 2013, Miley Cyrus destruiu com uma bola de demolição a imagem perfeita que a Disney construiu ao lamber uma marreta e rebolar no cantor Robin Thicke. "Mesmo que muitas vezes os comentários sejam negativos, o engajamento dessas artistas dispara, o que gera mais alcance e maior interesse do público pelos projetos e até mais interesse de marcas dispostas a investir em publicidade", pontua o especialista.

Robin Thicke e Miley Cyrus (Foto: Getty Images)
Robin Thicke e Miley Cyrus (Foto: Getty Images)
Miley Cyrus (Foto: reprodução/YouTube/Miley Cyrus)
Miley Cyrus (Foto: reprodução/YouTube/Miley Cyrus)

Projeto de Anitta

O clipe de Anitta gerou críticas por parte dos moradores da comunidade em que as imagens foram gravadas e também de pessoas de fora, que condenaram a simulação do ato sexual, apontando a hiperssexualização das mulheres. Ao explicar a cena em um áudio que circula nas redes sociais, a cantora disse que a intenção do clipe e da música é fazer as pessoas se perguntarem "aonde Anitta estava com a cabeça quando ela fez esse clipe?".