Desintoxicação das redes sociais: como e porque fazer uma agora
É informação que não acaba nunca. No feed do Twitter, no Facebook, os Stories do Instagram… nem o LinkedIn e a própria TV aberta escapam da enxurrada de notícias durante o período de quarentena do coronavírus. Não à toa, tem-se falado muito sobre a desintoxicação das redes sociais - o bom e velho detox.
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Já comentamos sobre como esse afastamento das redes pode ser importante para você. Afinal, em tempos de confinamento, manter a saúde mental como prioridade é muito importante.
Por isso, conversamos com Diego Oliveira, professor de Mídia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo, que explicou como criar uma rotina saudável em relação às redes. Já fica o aviso: não vamos nos ver livres delas tão cedo, mas a boa notícia é que é possível usá-las com consciência e equilíbrio.
Passo 1: Entenda pra quê serve uma rede
Parece bobagem, mas o primeiro passo para uma desintoxicação das redes sociais é entender o seu verdadeiro propósito. "A principal função de uma rede social é conectar pessoas dentro do mundo virtual, seja para construir novas conexões sociais ou para manter já existentes", explica Diego.
Muito se falou sobre como essa função ficou distorcida ao longo do tempo - nos aproximamos de quem está longe, mas nos afastamos de quem está perto, por sempre estarmos no celular. Mas, agora, vemos uma nova mudança: o objetivo não é só aproximar todos de todos, mas também de entreter e informar.
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Passo 2: Refina a sua busca
O segundo passo exige um pouco mais de atenção: refinar o que você busca dentro das redes. Você já tem consciência do que faz mal, e tem capacidade de usar essas mídias de uma forma mais cautelosa. "A busca consiste em conteúdos, marcas e campanhas que transmitam verdade, transparência e objetividade. A mesma lógica está sendo na busca da relação com as redes sociais", explica o mestre em comunicação.
Ou seja, a próxima vez que abrir o Twitter ou o Instagram, perceba o que gera em você uma real sensação de identificação - foi-se o tempo em que acompanhar as pessoas só pelo feed bonito satisfazia. Considerando o escândalo envolvendo Gabriela Pugliesi na última semana, já deu para perceber também que acompanhar pessoas que não consideram o contexto e as causas atuais saiu de moda, certo?
Passo 3: Faça sua própria curadoria
De acordo com Diego, o que torna o uso das redes sociais ruim é a dependência em estar sempre em dia com uma fonte de informação ou uma pessoa negativa, que dissemina fake news ou é insegura. Pense, por exemplo, naquela pessoa que apenas publica notícias raivosas ou sobre violência no Facebook, aquele colega que vive reclamando no Twitter, ou até um influencer no estilo Pugliesi que posta a sua vida perfeita, de quarentena super produtiva e com amigos entrando e saindo de casa.
"Se faz necessário uma curadoria do conteúdo disposto a ser consumido", explica. "Nos deparamos com muito conteúdo fake compartilhado nas redes e isso pode prejudicar no dia a dia das pessoas e na formação de uma opinião real." Traduzindo: busque fontes confiáveis para se informar pelas redes e não esqueça do passo anterior: acompanhar pessoas com as quais você se identifica .
Passo 4: Aprenda a medir
Infelizmente, as redes sociais não vão deixar de existir tão cedo, por isso, o ideal não é excluir todas elas agora - principalmente considerando a pandemia. As redes já fazem parte da nossa vida, por isso, a saída é aprender a medir o seu uso: tanto em tempo quanto em conteúdo.
Segundo uma pesquisa do Youpper, nesse período de crise do coronavírus, a internet e as redes sociais são os meios mais usados pelos brasileiros - mas 70% aproveitaram a fase para fazer uma limpa nos seus perfis, exclundo marcas e pessoas que não apresentam mais relevância ou laços de relacionamento.
"O brasileiro vem compreendendo cada vez mais que as redes sociais servem para se aproximar das pessoas e marcas que realmente são relevantes e tem algum elo e importância no seu dia a dia", diz.
Passo 5: Não pense de acordo com a rede
"O segredo consiste em não deixar o cérebro e a mente pensarem de acordo com a rede. Está no comando de cada um o porquê do uso, o momento do uso e com quem se relacionar", comenta Diego. Recado dado, hein?
O ponto chave é entender que é possível manter uma relação saudável com as redes sociais e que uma desintoxicação, muitas vezes, depende mais de limpar as influências negativas do que ficar longe delas para sempre. "Hoje, muitas pessoas já conseguem usar as redes de acordo com um hábito criado em se relacionar com as marcas e pessoas, via redes sociais, de acordo com a sua necessidade e tempo disposto", diz o professor.
Depende de treino e disciplina? Sim! Mas, com certeza, é um investimento válido e necessário para passarmos por esse período de forma mais tranquila.