Brutal e apaixonante, "Daisy Jones & The Six" será sua nova banda (e série) favorita

Adaptação literária da obra de Taylor Jenkins Reid, mesma autora de "Os Sete Maridos de Evelyn Hugo", estreia no dia 3 de março no Prime Video

"Daisy Jones & The Six" é uma adaptação do livro homônimo de Taylor Jenkins Reid. (Foto: Divulgação/Prime Video)
"Daisy Jones & The Six" é uma adaptação do livro homônimo de Taylor Jenkins Reid. (Foto: Divulgação/Prime Video)

Imagine ler um livro sobre uma banda fictícia de rock 'n roll, que fez um sucesso estrondoso na década de 1970, é inspirada em Fleetwood Mac e sua história se tornou uma verdadeira lenda. Um dia você abre seu Spotify e as músicas, que antes moravam apenas na sua imaginação, estão disponíveis para você ouvir quando e onde quiser. Essa é a experiência que os fãs de "Daisy Jones & The Six", obra best-seller de Taylor Jenkins Reid, estão vivendo graças a adaptação literária da Prime Video.

Muito antes da minissérie ser encomendada pelo streaming, a trama já era um sucesso global. A autora acumula livros populares, como "Os Sete Maridos de Evelyn Hugo" e "Malibu Renasce", que se tornaram fenômenos entre os jovens no booktok, comunidade de leitores do TikTok.

Quando a adaptação foi confirmada pela Hello Sunshine, produtora de Reese Witherspoon ("Big Little Lies"), e o elenco anunciado, os leitores sabiam que o projeto tinha o potencial de entregar uma adaptação fiel, grandiosa e sensível. E “Daisy Jones & The Six" não decepciona.

Em formato de documentário, a minissérie de dez episódios funciona como uma reunião oficial dos integrantes nos anos 90, revelando pela primeira vez os verdadeiros motivos que levaram a banda, no auge do sucesso, a encerrar as atividades no meio de uma turnê.

Com isso, os artistas, familiares e produtores musicais narram como Billy Dunne (Sam Claflin) com sua obsessão perfeccionista e egocêntrica transformou uma banda de garagem, os Dunne Brothers, no The Six, entrando na disputada indústria musical com o pé direito. Mas somente boas músicas não tornaram o grupo um sucesso mundial e eles precisaram convidar a estrela em ascensão e it girl, Daisy Jones (Riley Keough), para uma colaboração.

A princípio, Billy despreza Daisy, todo talento da jovem e seu estilo de vida "drogas, sexo e rock 'n roll", mas sabe que a artista tem todo o potencial que ele precisa para fazer a banda bombar nas rádios. Ao longo das histórias, eles descobrem que têm muito mais em comum do que imaginavam e para escrever um disco juntos, sabem que precisam deixar suas barreiras e abraçar a vulnerabilidade para escrever sobre suas dores, traumas, amores, desejos, medos e todos os sentimentos que não conseguem (e podem) expressar em suas conversas.

Sam e Riley foram as escolhas perfeitas para interpretar Billy e Daisy no projeto. Claflin tem a postura de um astro do rock e a sensibilidade para retratar um cantor que luta contra o alcoolismo e deseja, acima de tudo, ser bom pai. Já Keough é uma força da natureza. A atriz transita com facilidade entre a inocência de uma jovem artista que não se importa com a opinião alheia e está ocupada sendo sua própria musa inspiradora, e a fragilidade e potência de Daisy, que é quase engolida pelos vícios enquanto se torna uma das maiores estrelas que o mundo já viu. É difícil tirar os olhos dos dois quando estão juntos em cena.

Daisy Jones & The Six eleva o patamar de adaptações literárias

Riley Keough na minissérie
Riley Keough na minissérie "Daisy Jones & The Six". (Foto: Divulgação/Prime Video)

Com um rico texto em mãos, os roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber (ambos de "500 Dias com Ela" e "A Pantera Cor de Rosa 2") expandem os eventos do livro e lembram que os personagens não são narradores confiáveis, já que existem muitas partes da história que tentam ocultar, minimizar e não olhar com muita atenção. Todas as mudanças feitas são para tornar os episódios mais completos, envolventes e realistas.

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Durante a fase de composição do disco "Aurora", a dinâmica entre os personagens alcança um novo tipo de profundidade e de intimidade. A química entre Daisy, Billy, o guitarrista Graham (Will Harrison), o baterista Warren (Sebastian Chacon), o baixista Eddie (Josh Whitehouse) e a tecladista Karen (Suki Waterhouse), é tão natural e palpável, que te convence facilmente que eles estão criando um projeto mágico, cujo sucesso seria apenas inevitável.

Não é apenas o roteiro e as boas atuações que tornam "Daisy Jones & The Six" uma adaptação brilhante. A minissérie transporta o público para os anos 70 com uma vasta riqueza de detalhes que aprimora a ambientação, como os figurinos, cabelos e maquiagens, passando também pela trilha sonora cheia de referência aos hits da época e a fotografia com cores quentes do verão da Califórnia, os neons das casas de shows e a escuridão da vida noturna que cercam os músicos.

"Daisy Jones & The Six" não é uma minissérie sobre sonhar com uma carreira na música. Ela coloca os holofotes nos bastidores brutais, dolorosos e tristes que muitos artistas enfrentaram antes, durante e depois de lotarem arenas com fãs apaixonados em seus shows.