Comportamento das crianças pós-pandemia mudou na interação com estranhos
Patrocinado por Fisher-Price
Por Shirley Hilgert
Há algumas semanas, junto com outros influenciadores e jornalistas, estive em East Aurora, EUA, para conhecer o Play Lab – Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Brinquedos da marca Fisher-Price.
Para quem não sabe, o Play Lab, como o nome já diz, é um laboratório onde brinquedos são experimentados por crianças – através do livre brincar em diferentes espaços e contextos - e o comportamento e reações delas é avaliado por especialistas.
Essa prática da Fisher-Price – de teste, observação, melhoria - existe há mais de 50 anos e é através dela que os brinquedos chegam na sua versão final, ideal para o estímulo do desenvolvimento da criança.
Estando lá, em contato com especialistas e observadores que acompanharam crianças no Play Lab antes e depois do período de pandemia, não perdi a oportunidade de fazer uma pergunta que há muito tempo me intriga: será que esse período de pandemia, de isolamento, levou a mudanças significativas no comportamento das crianças?
Aproveitei uma das interações que tivemos com a equipe de especialistas e lancei a questão: afinal, as crianças pós pandemia estão diferentes das crianças pré-pandemia? E se sim, em que sentido?
A Dra Lisa Lohiser, especialista em aprendizagem e educação de contextos sociais, criatividade, liderança e educação primária, respondeu a minha dúvida e esclareceu o seguinte: Sim, as crianças pós pandemia estão apresentando um comportamento diferente das crianças que eram observadas antes desse período.
Na pré-pandemia, as crianças adentravam as salas de observação – que são grandes espaços de brincar – e muito rapidamente já estavam à vontade no ambiente, prontas para explorar o que havia em volta sem nenhum constrangimento diante de estranhos. Entretanto, agora, as crianças se comportam de forma diferente. Elas estão mais receosas, demoram mais para se afastar dos pais e explorar o ambiente (apesar de visivelmente demostrarem curiosidade e interesse) e, principalmente, ficam muito mais tímidas e retraídas diante de estranhos.
Para a especialista, essa foi a principal mudança observada. O time de experts do Play Lab, porém, não notou que as crianças estão demorando mais para atingir os marcos de desenvolvimento (andar, falar, etc..., que é algo que poderia se supor em função desse tempo de maior reclusão), mas foi observado sim uma maior dificuldade de interação social.
E é justamente aí que está o um dos grandes propósitos e desafios da Fisher-Price a partir de agora: seguir pensando em brinquedos que, cada vez mais, permitam às crianças uma maior interação humana, maior socialização e integração a ambientes e pessoas que não sejam do seu círculo mais íntimo (algo que se tornou um desafio visível para elas).
Para mim, foi interessantíssimo ouvir esse ponto de vista sobre uma questão que sempre me intrigou e gerou interesse: afinal, no que as crianças foram mais impactadas durante o período da pandemia. Como a Fisher-Price tem esse trabalho de observação e acompanhamento de crianças há décadas, para ela foi fácil identificar essa mudança e agora, claro, focar seu trabalho na busca de formas de amenizar esse desafio que a pandemia trouxe para nossos pequenos.