Como Sobreviver ao Carnaval: enfrente o banheiro químico (e outras dicas de higiene)

Para não passar por roubadas, é importante seguir alguns protocolos de higiene (Foto: Getty Images)
Para não passar por roubadas, é importante seguir alguns protocolos de higiene (Foto: Getty Images)

Por Lucas Baranyi (@_baranyi)

Glitter, sprays, espumas e quase nenhum decoro social ligado à higiene para seguir: o Carnaval traz o pior (e o melhor) de nós. Para que preocupar-se com aquela ida de chinelos ao banheiro químico se, no fim das contas, você já tomou quantidades industriais de cerveja e beijou aproximadamente 459 bocas?

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Mas convenhamos: é 2019. Você já errou o suficiente em carnavais passados – ou pode simplesmente começar esta festa com o pé direito. Para evitar infecções de pele, queimaduras e lesões, é hora de anotar as nossas dicas para ter um Carnaval livre de perrengues de saúde – e sem perder o samba no pé.

O banheiro químico

Só de ler o título você já sente calafrios, né? O banheiro químico é um pântano de substâncias impronunciáveis reduzido a uma escala de 1,5m x 1,5m que desafia até o mais corajoso dos foliões a se aventurar – e até mesmo questionar sua existência no plano terrestre.

Mas ele existe e precisa ser confrontado.

A dica mais básica – e prudente – é não sentar. Nunca. Jamais. Sob hipótese alguma. Aproveite para praticar agachamentos dias antes da folia e treinar os músculos das coxas e panturrilha.

Como Sobreviver ao Carnaval: pochete, golpe do cartão e dicas de segurança

Se você é homem, fica o toque: acerte a mira. Ninguém precisa enfrentar uma locação de filme de terror gore e escatológico.

Deu azar de encontrar este verdadeiro cenário do inferno? Esteja com um calçado que proteja seus pés e tente não encostar em nada – qualquer pequeno ferimento na pele que entre em contato com sujeira pode causar infecções.

Álcool gel: seu melhor amigo

Não importa se você passou o dia tentando evitar contato com superfícies sujas ou se você se emporcalhou tanto durante o bloco que parece ter saído diretamente de Woodstock: o álcool gel é seu melhor amigo no carnaval. A remoção das bactérias, porém, precisa ser feita depois de lavar a pele com água e sabão – caso contrário, por mais óbvio que pareça, você estará tendo zero efetividade na tarefa de se livrar das bactérias.

E deixe a preguiça de lado: não adianta esfregar as palmas das mãos e achar que o trabalho está feita. Lembre-se da região entre os dedos, unhas e punhos para garantir uma higiene completa.

O glitter e a maquiagem

Maquiagem e Carnaval são sinônimos. Mas o calor da época faz o corpo absorver substâncias com mais facilidade. Isso pode acarretar em alergias e inflamações.

O primeiro passo para evitar desconfortos é apostar em maquiagens antialérgicas e específicas para utilização na pele – é claro que o glitter está incluso.

O pózinho brilhante deve ser evitado na região dos olhos, porque o contato pode gerar irritação na córnea – e levar até mesmo a infecções secundárias ou úlcera de córnea.

Para remover, utilize produtos específicos e dê preferência para aqueles bifásicos – que incluem óleo removedor que age de maneira mais delicada na pele. Lenços umedecidos também são um coringa – além de um sabonete específico para seu tipo de pele.

Se algum produto cair em seus olhos, lave em água corrente ou soro fisiológico. Deu ruim e a dor persistiu depois de uma hora? Procure um pronto socorro oftalmológico.

Fuja da tinta

Se o seu sonho de infância, adolescência e fase adulta é ter seu próprio dia de Globeleza (ou Globelezo), pode ser melhor desencanar – pelo bem da saúde. A pintura corporal atrapalha a transpiração, e quando o corpo não encontra meios de transpirar para equilibrar a sua temperatura, as consequências podem ser complicadas: você fica mais quente, a pressão cai e você pode até mesmo desmaiar.

Outro problema relacionado às tintas é que muitas delas não trazem substâncias específicas para a pele e são ricas em metais pesados e tóxicos. Se você ainda assim quiser se pintar, escolha produtos adequados e que sejam específicos para a aplicação no corpo.

Use filtro solar

Sério, ouça o Pedro Bial: filtro solar é outro grande amigo do seu Carnaval – especialmente considerando que a maioria dos blocos acontece no horário mais crítico na incidência de alta radiação – das 10h às 16h. Caprichar na proteção ajuda a prevenir queimaduras, ressecamento da pele e envelhecimento precoce a longo prazo.

O fator de proteção depende muito da característica da pele, mas um produto com FPS 30 e um PPD – pontuação em relação à proteção da radiação UVA – de no mínimo 10 já ajuda você a pular o carnaval sem peso na consciência. Reaplique a cada duas horas.

O que importa, no fim das contas, é não voltar para casa como um pimentão vermelho.

Deu ruim?

Se você vacilou e o Sol te pegou, evite nova exposição na região da queimadura, hidrate-se muito e utilize produtos para refrescar a pele, além de hidratantes dermatológicos. Evite o banho quente a todo o custo e caso você siga sentindo tremores, calafrios, dor de cabeça e dificuldade de pensamento, procure auxílio médico imediatamente.

O kit

Quer se proteger ao máximo e curtir a folia? Este é o kit que você precisa:

  • Protetor solar

  • Protetor labial

  • Água termal

  • Garrafinha de água

  • Álcool gel

  • lenço umedecido

Créditos:

Arnaldo Litchenstein, clínico geral e doutorado em Patologia pela Universidade de São Paulo; Carolina Marçon, dermatologista e clínica geral graduada na PUC-SP e Santa Casa de Misericórdia-SP.