Resumo da Notícia:

• Cláudia Alencar chegou a ser presa e torturada durante a ditadura militar

• A atriz tem mais de 47 anos de carreira e lutou pela democracia

• Yahoo conversou com a atriz sobre recentes pedidos de golpe feitos por artistas

Cláudia Alencar é uma atriz com 47 anos de carreira que não hesitou em se posicionar, e chegou a ser torturada, para defender a democracia que usufruímos nos dias atuais. Por isso rejeita, veementemente, qualquer fala golpista ou contra o Estado Democrático de Direito dita por colegas de profissão ou outras pessoas.

Em conversa com o Yahoo durante o lançamento da biografia “O Avesso do Bordado”, que conta a história de Marco Nanini, Cláudia não poupou críticas a quem pede intervenção militar, como a colega Cássia Kis. “Acho que a minha voz tem que ser ouvida, não a voz dela. A voz de quem quer liberdade pra todos tem que ser ouvida, é essa voz importante”, destacou.

Cláudia, que foi torturada durante dias após ser presa pela ditadura militar, contou que quando relembrou o que viveu em uma entrevista recebeu comentários de cidadãos que desconheciam os crimes cometidos pelos militares no governo. “A ditadura faz isso e quem é a favor da ditadura é a favor da tortura”, lembrou.

Ela avalia que pedidos de intervenção militar partem, em sua maioria, de pessoas com pouca informação. “Nem é questão de ser mais velha. Quando tinha 15 anos já sabia sobre a Idade Média, sobre as guerras públicas, sobre todos os conflitos da humanidade. As pessoas que estudam não podem ser a favor de um de uma aberração dessa na humanidade”, ressaltou.

Ao falar de Cássia, Cláudia se disse "abismada" com o comportamento da atriz.

As atrizes nunca foram grandes amigas, mas mantinham contato frequente e romperam por parte de Alencar durante a fase mais rígida da pandemia de Covid-19. O motivo, claro, foi política - Cláudia defende a democracia e, portanto, vê a intérprete de Cidália em "Travessia" como "completamente equivocada".