Fast food robotizado chega ao Brasil; saiba mais detalhes

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Foi J. Walter Anderson, lá na década de 1910, que desenhou o primeiro conceito do chamado fast food — ou seja, comida rápida e simples de ser consumida. A ideia evoluiu com o passar dos anos, até chegar ao ápice com Ray Kroc e o McDonald ‘s. Agora, depois de tantos avanços nos Estados Unidos, chega a vez de um brasileiro fazer história com a Bionicook, startup que quer levar o conceito de fast food robotizado para todo o Brasil.

Criada pelo gaúcho Fábio Rezler, a ideia foi desenvolvida por ele ao longo de sete anos. Servindo 14 opções de lanches, 21 bebidas e seis sobremesas, a Bionicook não conta com um único cozinheiro em suas unidades. A ideia é que desde o pedido do cliente à entrega do lanche, máquinas cumpram o pedido em apenas dois minutos e meio. Além disso, todo o processo da Bionicook pode ser realizado em espaços pequenos. Até em quiosques.

Leia também:

“O projeto iniciou em 2014 com uma intenção de redirecionamento de carreira. Na época, os negócios ao qual eu atuava [eram voltados para empresas], dependendo integralmente da boa vontade e interesse do cliente em nos dar oportunidade de desenvolver e fornecer produtos”, conta Fábio. “Nunca tinha a oportunidade de mostrar nossos produtos para o consumidor final. Era uma tremenda frustração. Sabia tudo o que podia oferecer. Mas o cliente intermediário, neste caso, não dava esta oportunidade e decidia pelo cliente final”.

Como funciona?

A ideia é que o consumidor chegue na Bionicook e, logo de cara, já faça o pedido em uma tela de touchscreen — assim como algumas unidades do McDonald's estão começando a adotar no Brasil. Depois, o cliente segue até o outro lado do quiosque, onde a própria máquina fará a entrega do alimento pedido. Enquanto isso, no centro da lanchonete, o robô faz todos os processos, como frituras de pastéis, de queijos coalhos empanados e afins.

“Somos o primeiro Fast Food 100% robótico do planeta nesta categoria. O processo inicia com a compra do lanche pelo consumidor em um painel touch, e após o pagamento o robô então retira uma porção de lanche congelado e inicia o processo de fritura por imersão a 180 graus”, conta Fábio ao Yahoo! Finanças. “Em até 3 minutos o lanche está pronto e entregue pelo robô ao consumidor juntamente com eventual bebida selecionada”.

Foi o próprio Fábio que desenvolveu toda a ideia do funcionamento da Bionicook, apenas comprando o braço robótico da empresa alemã KUKA Industrial Robots. “Na contramão das premissas das startups onde ‘é preciso uma equipe que seja multidisciplinar ou que dividam tarefas’, a Bionicook foi toda idealizada e realizada por mim”, conta o executivo gaúcho. “Realizei então uma criteriosa seleção de parceiros fornecedores para cada área estratégica, desde programação robótica, projeto elétrico e programação de pagamentos”.

Modelo de negócios

Agora, Fábio quer espalhar a Bionicook no Brasil e no mundo. Inicialmente, pensou no modelo de franquias. No entanto, com novos investidores e interessados até nos Estados Unidos, ele já pensa em expandir de outras formas. Atualmente, porém, há apenas uma unidade em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde o preço da refeição gira entre R$ 12 e R$ 18.

Além disso, a startup recebeu uma proposta de aporte por meio do programa Shark Tank.

“São os desafios que nos movem aqui na Bionicook. Há 8 anos estou enfrentando um a um sem qualquer medo, sem desanimar e sempre encontrando o caminho certo para cada obstáculo”, conta Fábio, ao ser questionado sobre as barreiras e as dificuldades que enfrenta no caminho. “Nosso principal desafio será implementar 2.800 lojas projetadas para os próximos 5 anos no mercado brasileiro, norte-americano, europeu e Emirados Árabes”.

Para o futuro, Rezler pensa longe. “As tecnologias terão uma aceleração muito grande nos próximos anos. A pandemia já cria uma nova tendência de comportamento nos consumidores. Novos modelos de negócios, antes esquecidos, agora terão espaço forte no mercado. Modelos que trazem experiência de consumo com mais segurança alimentar serão mais frequentes”, aposta. “Neste meio, a Bionicook aparece como um excelente modelo de negócio ajustado às novas tendências, comportamentos e necessidades”.