Bebê com intestino preso: entenda o que pode ajudar na evacuação
Se a constipação já é incomoda para adultos, para bebês e crianças pequenas, que não conseguem ainda comunicar bem suas dores, o incomodo pode ser ainda maior.
Pelo uso de palavras não ser possível, a melhor dica para os pais é que acompanhem sempre a rotina de evacuação dos pequenos. “Alguns organismos são mais preguiçosos, outros mais rápidos. Mas os responsáveis devem ficar atentos ao ritmo do bebe, e se notarem ausência ou mudança persistente, procurar um pediatra”, indica Ingridy de Melo Nutricionista do PATII (Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal), do Hospital Infantil Sabará.
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O bebê que tem aleitamento materno exclusivo, ou seja, só consome o leite da mãe, pode ter fezes com coloração, consistência e tempo de evacuação muito variável. “Alguns fazem cocô todos os dias, outros a cada dois ou três. Segundo a literatura científica, apenas após 10 dias sem evacuar é considerado intestino preso”, explica Sandi Sato, pediatra da maternidade Brasília.
Já para crianças maiores, que recebem alimentos sólidos, explica a médica, o ponto mais importante é a qualidade da alimentação. “No Brasil, estudos mostram que a cada 10 crianças menores de um ano, três já consomem algum produto industrializado, o que é preocupante em termos de qualidade nutricional e pode levar à constipação.”
Quais alimentos podem ajudar na constipação ou piorar o quadro?
Quando os bebês iniciam a introdução alimentar, o que deve acontecer a partir dos seis meses de idade, é normal que ocorram mudanças no padrão da evacuação, já que o organismo está se acostumando a digerir outros tipos de alimentos, não mais apenas o leite.
Se a criança passa a fazer o uso da fórmula, alterações também devem ser esperadas, já que esse tipo de leite deixa mais resíduos nas fezes. “Muito amolecida é considerada diarreia, mas o estado natural é ser um bolo fecal mais pastoso e arenoso. Se o bebê fica mais de três dias sem evacuar, deve-se ligar o alerta e consultar um médico para avaliar a necessidade de intervenção, como mudar o tipo de fórmula”, explica Sato.
Em caso de constipação, opções com fibras podem contribuir para que o trânsito intestinal funcione normalmente. “Alguns exemplos são frutas com bagaço, como mamão, laranja e manga, e legumes e vegetais como brócolis, couve e escarola”, sinaliza Ingridy de Melo.
Alimentos conhecidos popularmente por “prenderem” o intestino, como banana e maçã podem ser consumidos normalmente, até todos os dias, se o restante do cardápio estiver equilibrado, com boa quantidade de fibras. “Outra dica que contribui para um bom trânsito intestinal é consumir bastante água. É importante oferecer com frequência para os pequenos”, indica a pediatra.
Outras técnicas que podem ajudar
De acordo com as especialistas, há técnicas não medicamentosas que, de acordo com a observação clínica e relatos das pacientes, também podem ser benéficas para melhorar um quadro de intestino preso:
Deixar o bebê de para cima e dobrar suas perninhas até a barriga, movimentando algumas vezes.
Sempre que tiver a oportunidade, incentivar que a criança, quando já tiver idade suficiente, vá no banheiro. Isso ajuda também para que os pequenos ganhem independência.
Fazer compressas mornas (sempre tomando cuidado para não ser muito quente).
Massagear a barriga do bebê suavemente em movimentos circulares.