BBB 23: homens podem ser vítima de assédio e assunto deve ser levado a sério
Na última festa, Bruno passou dos limites: tentou beijar Mosca diversas vezes, puxou o ator pelo pescoço e tentou levá-lo para a cama mesmo após vários "nãos".
As últimas festas do BBB23 têm repercutido pelos shows, as articulações de jogo e também a “insistência” de Bruno Nogueira, o Gaga, em ficar com Gabriel Santana –”insistência” entre aspas porque, depois de um tempo, a cantada escalou para cenas claras de assédio sexual.
Na festa do último dia 4, Bruno tentou beijar Gabriel diversas vezes, mas o ator se esquivava, visivelmente desconfortável. Mais tarde, chegou a puxá-lo pelo pescoço e até, como notou parte do público que comentava o caso no Twitter, tentou levá-lo à força para sua cama. Veja algumas cenas:
isso aqui do Bruno Gaga com o Gabriel Mosca é assédio, hein?! Nada vai ser feito?
Imagina se fosse um dos homens com uma das meninas... ultrapassou os limites do aceitável
Não e não #BBB #Bbb23 pic.twitter.com/QjxDna313B— mais mídia (@maismidiaof) February 4, 2023
O Bruno tentando levar o Gabriel pra cama dele a força #BBB23 pic.twitter.com/Wo4UGWkVLn
— Dantas (@Dantinhas) February 4, 2023
gente n sei se vcs sabem mas oq o bruno fez tbm se chama assédio tá????
— Foganoli (@foganoli) February 4, 2023
Na festa do último sábado (11), mais assédio. Dessa vez, a produção interveio e o atendente de Farmácia foi chamado atenção.
🚨VEJA: Momento em que Bruno Gaga beija e abraça Gabriel mesmo com o brother pedindo calma. #BBB23
pic.twitter.com/VBn273eKrs— CHOQUEI (@choquei) February 11, 2023
Além de criticar as atitudes de Bruno, muita gente nas redes sociais também cobrou um posicionamento de Tadeu Schmidt ou da Globo, já que, nesta edição, o programa parece estar mais atento a situações de abuso e violações entre os concorrentes – como fez na primeira semana, ao alertar Bruna Griphao sobre as agressões de Gabriel Tavares.
Alguns questionaram: se fosse um homem fazendo isso com uma mulher, a produção se posicionaria? E por que não se posicionou neste caso?
Nossa me deu muito gatilhos ver as cenas de assédio do Bruno, valia uma chamada no ao vivo.
— andreza (@andrezadelgado) February 4, 2023
o que o Bruno Gaga fez essa madrugada com Gabriel Santana na festa tem nome e não é preciso ter medo de dizer: assédio.
não se chega em alguém pra beijar já puxando pescoço, após a primeira negativa não é pra ficar insistindo. em minha singela opinião ele deveria ser expulso.— V I T T U (@euvittu) February 4, 2023
Afinal, existe assédio entre homens?
Sim.
Embora as mulheres sejam obviamente as maiores vítimas deste crime – 97% delas dizem já ter sido assediadas no transporte público, por exemplo, segundo dados de 2019 do Instituto Patrícia Galvão –, homens também podem ser vítimas de assédio independente da sexualidade, pontua o psicólogo Hamilton Kida, fundador da Rainbow Psicologia, uma rede que conecta psicólogos a pessoas LGBTQIA+ em todo o país.
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O problema, ele explica, é que muitas vezes um homem vítima de assédio não é levado a sério ou não denuncia por medo de ser visto como “fraco”.
“Existe uma prerrogativa de que o homem pode e deve pegar todo mundo, que deve aceitar as investidas de todo mundo, mesmo quando é indesejada. Por isso, quando acontece o assédio, as pessoas minimizam achando que é natural, que homem é assim mesmo. Mas o assédio não é da natureza humana, é fruto do machismo”.
O psicólogo alerta: “É uma questão muito grave, que pode ser muito nociva e precisa ser levada a sério”.
Leis que tipificam assédio sexual e importunação sexual não fazem distinção e gênero. A primeira (10.224, de 2001) está muito ligada ao assédio em ambientes de trabalho, o que não é o caso aqui, mas a segunda torna crime “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia”.
A chave está no consentimento – quando alguém diz “não” ou não diz “sim” expressamente, não há consentimento. A partir daí, tudo é assédio.