Resumo da matéria:

• Bridgerton lançou a sua segunda temporada na última sexta-feira.

• A série balançou a internet e causou alvoroço na parcela feminina com seu personagem Anthony Bridgerton.

• Mas o que levou a toda essa repercussão da temporada?

Querido leitor,

É pouco provável que qualquer pessoa que entre com alguma frequência nas redes sociais tenha conseguido escapar de algum conteúdo relacionado a “Bridgerton”. A série da Netflix, baseada em livros da autora Julia Quinn, já tinha balançado a internet com a primeira temporada, lançada em dezembro de 2020. A segunda parte da história, que estreou há exatos sete dias, conseguiu, com o perdão do termo tão comumente usado, “quebrar a internet”.

O grande apelo da história é o clima de tensão sexual que a produtora executiva Shonda Rhimes (responsável por outros sucessos como “Grey’s Anatomy”, “Scandal” e “How to Get Away With Murder”) e o criador Chris Van Dusen conseguiram inserir na dinâmica entre os personagens. O grande astro da primeira temporada foi Regé-Jean Page, que interpretou o sedutor Duque Simon Basset. À época, a internet foi inundada por fotos, vídeos e montagens do ator em seu personagem.

Mas nada pode ser comparado ao frenesi internacional que Jonathan Bailey está causando no papel de Anthony Bridgerton, o principal personagem nessa segunda temporada. Basta um passeio pela página principal do TikTok que conteúdos relacionados ao personagem irão aparecer. Memes e vídeos de reação às cenas picantes estão pipocando no Instagram a todo momento.

A química do slowburn (queima lenta, em inglês) criado por Jonathan e Simone Ashley não poderia ser mais magnética e envolve a audiência com as cenas de desejo proibido entre os dois. Mas se Simon derreteu corações com a fala “Eu queimo por você”, Anthony não será diferente com “Você é a maldição da minha existência e o objeto de todos os meus desejos”.

A questão que fica é: se Simon Basset também cativou espectadoras, o que levou a mulheres ao redor do mundo a se encantarem ainda mais com o novo personagem?

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Muito pode ser dado à aparência do ator, claro, mas a explicação permeia muitas outras áreas. Anthony Bridgerton é capaz de mexer com o imaginário da mulher contemporânea, aquela que cresceu lendo livros de comédia romântica e, para as mais novas, fanfics na internet. Em Anthony, nós conseguimos visualizar aquele homem que aprendemos a nos encantar enquanto líamos e assistíamos filmes: aquele que vai contra tudo que ele acreditava, que luta com os seus demônios internos por um sentimento até então impensável, para ficar com a mulher que ele jurou não precisar.

O personagem é tão inebriante que quem assiste se vê querendo participar de caçadas a cerdos e dançar em bailes ao som de uma versão instrumental de “Material Girls” da Madonna. Por mais que todo aquele cenário e história sejam falsos e que não exista nenhum paralelo com o que realmente acontecia na corte inglesa (ora, afinal, estamos falando de uma ficção), mulheres ao redor do mundo querem se agarrar à esperança que alguém faria por elas, o que Anthony fez por Kate. Por alguns momentos, mais especificamente oito episódios, aquele homem que elas cresceram e construíram em seu imaginário está logo ali, ao escutar o “tudum” da Netflix.

Comédias românticas sempre foram menosprezadas. Nunca são filmes olhados com bons olhos e são sempre apenas “distrações”. A mesma coisa acontece com livros românticos, que acabam sendo escanteados em livrarias. Isso que nem estamos falando dos novos “Smut Books”, gênero de livros que combinam romance com cenas picantes (o best-seller “50 Tons de Cinza” é, talvez, o mais conhecido dessa categoria). Se uma mulher já é olhada de canto de olho por estar lendo um livro de romance, imagina um livro com teor sexual.

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Com Anthony na tela da televisão, mulheres de todo mundo não precisam mais esconder que se interessam por esse conteúdo e por esse homem. Talvez também seja a hora das espectadoras de Bridgerton que ainda não trilharam as comédias-românticas com afinco, começarem a se entregar mais a essa aventura.